O grupo Saint-Gobain, que tem fábricas de vidros automotivos em Mauá e em São Caetano, promoveu nesta quinta nas 1,2 mil empresas da companhia espalhadas por 46 países, entre eles o Brasil, o primeiro Dia Internacional da Segurança e Saúde, instituído pela companhia para disseminar a cultura da segurança no trabalho entre seus mais de 180 mil funcionários. A filial brasileira implementou em 2003 o Dia Nacional da Segurança, e a corporação decidiu estendê-lo para as outras unidades.

Nesta quinta, todos os funcionários do grupo passaram por um programa de treinamento e conscientização, com duração de uma hora, em que foram abordadas questões como organização, limpeza, saúde e bem-estar no ambiente de trabalho. Para Renato Holzheim, diretor geral da Saint Gobain Sekurit - fábrica de vidros para veículos com sede em Mauá e que possui 950 empregados -, os índices de acidentes da empresa mostram a importância dada à segurança no trabalho.

A unidade brasileira do Grande ABC tem um dos menores porcentuais de acidente de trabalho do grupo no mundo todo: no início do ano eram 2,4 acidentes com afastamento por milhão de horas trabalhadas e atualmente o índice está em 1,2 por milhão de horas, taxa considerada excelente. A média mundial da empresa é de nove acidentes por milhão de horas trabalhadas. Em número absoluto de acidentes, ocorreram dois sem gravidade (somando cinco dias de afastamento) na planta de Mauá neste ano, bem menos que os 38 registrados em 1995. O executivo afirma que o objetivo é atingir a taxa zero no local de trabalho.

Os bons resultados no quesito segurança no trabalho se devem, segundo Holzheim, a um conjunto de fatores. A empresa oferece PLR (Participação nos Lucros e Resultados) aos funcionários horistas (da produção), para os quais o quesito representa de 15% a 20% da meta de PLR. No nível de gerência e diretoria, metas referentes ao tema representam bônus (valores adicionais ao salário).

O diretor acrescentou que há ainda ferramentas, como o Minuto da Segurança, que consiste no seguinte: todos os dias, antes de iniciar as atividades em cada um dos três turnos da fábrica, os funcionários param por um minuto para debater o assunto e relembrar casos que poderiam levar a acidentes. Além disso, há palestras periódicas e trabalho de análise de risco por tarefas, em que se estuda e investe em prevenção de problemas.

Os esforços na área contribuem, segundo Holzheim, para um absenteísmo (ausência do local de trabalho) de 1,5% no ano, ante 10% de alguns anos atrás e índice de clima organizacional (nota que vai de zero a dez e mede a satisfação dos funcionários) de 7,3. Há três anos, a nota estava em 5,5.