Alencar afirmou que depois de dois dias de encontro, a esquerda do partido saiu com mais espaço para enfrentar o debate em torno das reformas e com relação à política econômica do governo. Em sua avaliação, o grupo rebelde conseguiu uma “resolução mais larga” e, portanto, “um enquadramento menor”. A esquerda incluiu no texto final duas posições: a primeira determina a atual política econômica de juros altos como obrigatoriamente transitória para o modelo de crescimento econômico que o partido sempre defendeu. A segunda defende que as reformas tributária e da Previdência devem visar não apenas o ajuste fiscal, mas, principalmente, a proteção social.
O grupo majoritário e que detém maior presença no governo produziu o texto da resolução vencedora. A tese foi aprovada por 54 dirigentes, 70% do diretório nacional. A ala esquerda do partido apresentou outras duas teses, que obtiveram 13 e 8 votos cada. Houve duas abstenções provocadas não por posicionamento político, mas por ausência dos dirigentes. “O resultado da votação aponta para um apoio maciço à política do presidente da República”, afirmou a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, eleita ontem para a vice-presidência do diretório nacional. Para ela, isso mostra que a ala radical não se amplia. O senador Aloízio Mercadante desqualificou as críticas da esquerda e disse que notou pouco interesse de representantes como o deputado João Batista Babá (PT-PA) em participar efetivamente das discussões.
O presidente do PT, José Genoíno, evitou comentar o que pode acontecer aos deputados da ala radical que eventualmente contrariarem, no Congresso, as resoluções que o partido definiu no fim de semana. “Eu sou o presidente de um partido, não um comandante disciplinar”, disse Genoíno. “As resoluções valem para todos os integrantes do partido. Os companheiros tem toda a liberdade de fazer a discussão, mas o PT nunca abriu mão de ter unidade de ação.”
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