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Moradores de Mauá reclamam de obra particular

Vizinhos apontam queda de cimento e madeiras no quintal devido ausência de tela de proteção

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
14/12/2019 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


A construção de um conjunto de apartamentos na Rua Nelson Barbosa Ferreira, 93, Vila Noêmia, em Mauá, tem tirado o sossego dos vizinhos do empreendimento. Em dois imóveis da Rua Queiroz Pedroso, paralela à obra, os moradores têm convivido desde março com queda de cimento, pregos, pedaços de madeira e todo tipo de material que se usa em construção civil.

Proprietária do imóvel no número 540 da Queiroz Pedroso, a dona de casa Eliete Caetano, 54 anos, reclamou da grande quantidade de cimento que caiu sobre o seu telhado. Uma telha foi quebrada e os prejuízos vão se acumulando. “Não tem recuo. A obra está colada no meu muro. Não tem uma rede de proteção. Já reclamamos na Prefeitura, mas até agora, nada”, afirmou.

Na casa ao lado, no número 562, a queda de uma madeira cheia de pregos tinha potencial para um acidente com muitos ferimentos. A vendedora Toioko Nakayama Konishi, 62, mostrou o objeto que, por sorte, não atingiu ninguém. “Se meu marido ou eu estivéssemos aqui cuidando das plantas teríamos nos machucado”, afirmou. A munícipe contou que quase diariamente tem retirado cimento das folhas de suas plantas. “A gente tentou falar com os pedreiros, mas eles foram muito malcriados”, reclamou a mulher.

Os vizinhos afirmam que a obra está irregular, por não ter sido observado recuos com relação aos outros imóveis. O presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Grande ABC, Luiz Augusto Moretti, explicou que, de maneira geral, deve-se manter recuo de um metro e meio nas laterais e cinco metros na frente. A Luops (Lei de Uso e Ocupação de Solo) de Mauá prevê que o recuo de fundo seja dispensado para edificações cuja elevação tenha altura igual ou inferior a sete metros. A obra em questão tem mais de dez metros de altura. A lei admite redução ou supressão do recuo de fundo apenas quando a divisa confronte com área verde, o que não é o caso.

Na placa localizada na obra, o arquiteto Marcos Rigo Volpi está indicado como responsável pelo projeto. Procurado, ele informou que o proprietário do imóvel é que deveria responder aos questionamentos. Gustavo Derbatolo não retornou aos contatos do Diário até o fechamento desta edição. 

A Prefeitura informou que a partir do momento que tomou conhecimento da situação encaminhou fiscalização ao local, porém, não havia ninguém na obra para recebê-la. “Notificaremos o engenheiro responsável pelo empreendimento”, prometeu, em nota.




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