``Isso confirma que existe espaço para negociaçoes. Nessa reuniao de terça-feira, serao esgotadas todas as possibilidades para se chegue a um acerto', afirmou o Chefe da Casa Civil do governo petista, Flávio Koutzii. ``A posiçao da Ford foi um balde de água fria nos secadores de todas as cores, que passaram a semana plantando informaçoes de que a empresa já teria desistido de sua fábrica no Rio Grande do Sul', ironizou Flávio Koutzii, diante de notícias de que sexta-feira passada a Ford anunciaria a desistência do projeto no estado mas que, ao contrário, terminou confirmando sua intençao de implantar a montadora, embora ainda sem um acerto com o governo gaúcho.

O impasse havia surgido porque Olívio Dutra anunciou há um mês que nao iria mais repassar os R$ 466 milhoes (empréstimos e obras de infra-estrutura) para as montadoras Ford e GM. Só a Ford, pelo acordo com o governo Antonio Brito, teria a receber R$ 418 milhoes.

O presidente da Ford do Brasil, Ivan Fonseca e Silva, chegou a dar um prazo ao governo gaúcho até a última sexta-feira. No entanto, diante da repercussao negativa disse que nao era um ultimato, mas uma premência da empresa nos entendimentos com seus 25 principais sistemistas (fornecedores) para definir se o projeto seria mantido ou nao no Rio Grande do Sul. Na reuniao em Detroit, Estados Unidos, a Ford decidiu manter o projeto e aguardar novos entendimentos com o governo gaúcho, embora tenha determinado a paralisaçao dos investimentos realizados por seus futuros fornecedores.

Koutzii revelou que uma das opçoes em estudos, nessas novas renegociaçoes que continuam na terça-feira, seria a de ampliar o valor do financiamento da Ford já previsto nos contratos junto ao BNDES, de R$ 550 milhoes, abrangendo assim parte dos recursos que o governo gaúcho.

A decisao da empresa ``reafirma as esperanças de que o governo tenha tempo para fechar acordo com a Ford para sua permanência no estado', conforme expectativa do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Paulo Odone (PMDB). Paulo Odone comandou semana passada a maior reuniao nos últimos anos de parlamentares gaúchos, da Assembléia, Câmara dos Deputados e Senado, e que se colocaram à disposiçao de Olívio para intermediar negociaçoes.