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Adaptações modernizam livros com histórias antigas
Por Carolipe Ropero e Juliana Ravelli
Do Diário
17/04/2011 | 07:01
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Quem gosta de descobrir detalhes que vão além do filme vai curtir o livro A Garota da Capa Vermelha (Sarah Blakley-Cartwright, editora iD, 339 págs., R$ 39,90. A publicação surgiu a partir do roteiro original, diferentemente de obras como Crepúsculo e Harry Potter, que foram escritas antes de serem sucessos de bilheteria.

O livro é dividido em três partes que contam praticamente a mesma história do longa. No entanto, a riqueza de informação ajuda a entender melhor o universo da protagonista e o verdadeiro motivo de determinadas situações. Alguns detalhes são explicados somente na literatura, como a relação de amor e admiração que Valerie tinha pela irmã Lucie. Além disso, é possível entender a verdadeira história de Peter e porque ele é tão rejeitado pelos moradores do povoado.

Assim como no filme, é difícil encontrar somente um suspeito para ser o lobisomem. A descrição dos personagens e a desconfiança da menina deixam um ar de mistério e aguçam a curiosidade para chegar logo ao fim do livro. A cada página fica mais difícil escolher um culpado.

Apesar de surpreendente, o The End é pouco explicativo. Quem começa a leitura depois de ir ao cinema também fica admirado com o último capítulo. Mas o romance continua o mesmo, afinal, nem o lobo faz com que Chapeuzinho desista do verdadeiro amor.

 

CONTOS SÃO MUTÁVEIS

Algumas histórias que ouvimos quando criança são diferentes das originais. Contos antigos podiam ser cruéis, violentos e sem final feliz. Entretanto, com o passar dos anos, a sociedade retirou os detalhes malígnos para livrar os filhos de histórias agressivas. A intenção foi esconder a realidade e estimular a fantasia. Por isso, os contos atuais têm romance e finais felizes.

Já a versão teen resgata o lado malvado e deixa a história mais real ao transformar animais em humanos. Dessa forma, a relação entre a mocinha e o vilão torna-se mais intensa.

* Cosultoria da psicopedagoga Claudia Barros Sagula, e da professora de Psicopedagogia da PUC Liliana Emparan

 

Linguagem para conquistar - E por falar em adaptações para os teens, cada vez mais clássicos da literatura nacional e internacional ganham linguagem atual para conquistar jovens leitores. Muitas obras, escritas originalmente em prosa ou poesia, também viraram HQ.

Quem questiona a qualidade das publicações pode se surpreender ao se deparar com elas. Aliás, muita gente parou de subestimar os quadrinhos depois que o PNBE (Programa Nacional Biblioteca na Escola), do Ministério da Educação, começou a comprar milhares de quadrinhos com versões de livros importantes.

"Até anos atrás, pensava-se que HQ era para quem não gostava de ler. Hoje, está na sala de aula", afirma Daniela Padilha, editora da DCL (Difusão Cultural do Livro). Por isso, a tendência é que a produção de publicações do tipo aumente nos próximos anos.

Os quadrinhos mais recentes lançados pela DCL são O Cão de Baskerville, de Arthur Conan Doyle, e A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson. O primeiro traz um dos misteriosos casos do famoso detetive Sherlock Holmes. O outro conta as aventuras do garoto Jim, que encontra baú cheio de tesouros.

TEM MAIS

A Panda Books também acaba de publicar três versões de clássicos de autores consagrados. São escritas em prosa e cheias de ilustrações bacanas. Em As Aventuras de Tom Sawyer, de Mark Twain, dois amigos enfrentam vários desafios após presenciarem um assassinato. A Carta Roubada, de Edgar Allan Poe, fala sobre um inventigador diferente que deve resolver o sumiço de importante correspondência. E Sherlock Holmes e o Caso da Joia Azul, de Arthur Conan Doyle, mostra mais um fato enigmático a ser desvendado pelo detetive.

Quem curte épicos fantásticos pode conferir Beowulf, da Edições SM. Originalmente poema, a obra sobre um superguerreiro com força de 30 homens também ganhou adaptação em prosa com ilustrações e versão para cinema.




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