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Lindbergh defende eleições diretas, em caso de afastamento de Dilma
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18/04/2016 | 00:56
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Brasília, 17/04/2016 - O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse estar "enojado" com a decisão da Câmara pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele classificou a sessão do plenário deste domingo como um "escândalo" e um "festival de horrores". Apesar de não considerar a saída de Dilma, Lindbergh afirmou que o PT faria oposição aguerrida a uma eventual gestão de Michel Temer (PMDB) e defendeu eleições diretas em caso de impeachment.

Lindbergh criticou as falas dos parlamentares durante o anúncio dos votos e disse que a transmissão da sessão presidida por Cunha "foi um tiro no pé" da oposição, que enfraqueceu o movimento pró-impeachment nas ruas. "Engraçado, acho que ninguém votou pelas pedaladas fiscais, votaram pela família, era cada declaração terrível", disse. "Ave Maria, achei um discurso desrespeitoso, eu senti nojo, é impressionante."

O senador conta com um sentimento de reprovação popular a Temer para reverter a situação do governo no Senado. "Se ele (Temer) consumar esse golpe, não se sustenta três meses no governo, vai ser escorraçado pela população. O povo vai ver isso de cara, é muito desgaste junto e isso não é o que as ruas estavam querendo. As ruas queriam a mudança e aí vem o velho PMDB, isso é um escândalo", comentou.

Caso Temer assuma a presidência da República, o petista sugeriu que poderia haver um movimento popular a favor de eleições diretas. "Vamos lutar contra o golpe. Agora, consumado o golpe, esse governo do Temer não teria legitimidade. Seria muito melhor recorrer a um processo de eleições diretas. Eu acho que isso virá com força, vindo do povo, e pode existir uma pressão gigantesca das ruas."

O senador acredita que hoje a oposição não tem votos suficientes para o julgamento final no Senado, mas que deve conseguir aceitar a análise do pedido de impedimento de Dilma no Congresso. Dos 81 senadores, o petista contabiliza 28 votos a favor do governo. Apesar de dizer que ainda não considera o afastamento da presidente, Lindbergh já adiantou que o PT não reconhecerá o governo de Temer e que fará "oposição aguerrida".

Sobre a mudança de votos em cima da hora na Câmara, considerada como traição por petistas, Lindbergh responsabilizou a tropa de choque de Temer. "Essa turma é muito barra pesada, Cunha, Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), o ex-deputado Sandro Mabel, o ex-ministro Eliseu Padilha, esses caras jogaram com todas as armas. Os ministros palacianos são freiras de convento na frente deles", acusou.

A estratégia do governo no Senado a partir desta segunda-feira será inicialmente tentar estender o rito do impeachment na Casa o máximo possível, segundo o senador. Além disso, o foco dos governistas será tirar a credibilidade de uma eventual gestão Temer. Ele disse que, a partir de amanhã, deve se reunir com o Palácio do Planalto para "organizar as coisas no Senado".




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