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Experiência versus juventude

No sábado, o Psol de São Caetano realizou prévias para a escolha do candidato a prefeito do partido

Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
01/03/2016 | 07:00
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No sábado, o Psol de São Caetano realizou prévias para a escolha do candidato a prefeito do partido. Venceu Devanir Morari, 62 anos. Ele foi vereador por dois mandatos pelo PT, entre 1983 e 1992. O resultado, porém, não agradou a ala mais jovem da legenda, que vinha defendendo as candidaturas do professor universitário Pedro Teruji, 32, e do advogado Renan Celestino, 33. Até o início do ano, o nome de Devanir sequer era citado. O ex-petista, segundo militantes, estava afastado do cenário político e não participava dos debates internos do partido. Sua pré-candidatura foi idealizada já depois do Carnaval pelo também ex-vereador do PT Horácio Neto e pelo ex-prefeiturável (também ex-petista) Fernando Turco. O resultado expôs um problema do partido. A escolha por alguém mais experiente tira espaço espaço dos mais jovens e vai na contramão de movimentos sociais, tendo em vista o forte engajamento da juventude na política desde a jornada das manifestações de junho de 2013. Nem Pedro nem Renan disputaram eleição, mas são justamente a renovação e a oxigenação da política partidária que a sociedade reivindica e que o próprio Psol vem gritando aos quatro cantos desde que foi criado, há dez anos. Horácio e Turco deixaram o PT em meados de 2006, quando o petismo começou a perder suas principais lideranças por rasgar as bandeiras populares que defendia e por aceitar a política do ‘toma lá dá cá’. Desde então, Horácio, 59, foi candidato a prefeito, vereador e deputado. Nunca mais triunfou nas urnas. Está há oito anos sem mandato. Vai tentar mais uma vez voltar ao Legislativo. Tem a sombra do presidente do Psol são-caetanense, Thiago Cavallini, 33, que também visa cadeira na Câmara e a cada eleição tem mais votos, arrebatando jovens eleitores. Nas prévias socialistas, prevaleceu o grupo do experiente Horácio Neto. Será que o resultado se repetirá na eleição de outubro?

É verde!
Candidato do PT a prefeito de São Bernardo, Tarcisio Secoli tem intensificado ações nas redes sociais. Em seu blog, por exemplo, tem abordado fatos históricos e temas como sustentabilidade. Chama a atenção, porém, o fato de o site não ter a cor vermelha, de seu partido. Trata-se, claro, de uma ferramenta pessoal de contato com o público. Mas não fazer a relação dele com a questão partidária é indicativo de que visa se afastar um pouco das polêmicas que envolvem a sigla em âmbito nacional. Na página virtual do secretário de Serviços Urbanos o que predomina é o verde. Será que vai ser assim também no material da campanha rumo ao Paço?

Mordida em Saulo
O comentário do prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), que semanas atrás comemorou o fato de a cidade não ter tido alagamentos como ocorreu em Mauá, não passou em branco pelos políticos. Moção de repúdio, de autoria do vereador mauaense Adelto Cachorrão (PP), foi lida ontem na sessão de Ribeirão Pires. O parlamentar cita que Saulo “denegriu tanto ao chefe do Executivo de nossa cidade quanto a todos os membros do Poder Legislativo e em sua totalidade os cidadãos de Mauá”. “Faltou sensibilidade, bom-senso e, acima de tudo, dignidade ao atos cometidos”, completou Cachorrão.

Disputa acirrada
Confusão nas prévias tucanas para definir o candidato do PSDB a prefeito da Capital. Depois de militantes saírem no braço, os grupos do vereador Andrea Matarazzo e do deputado federal Ricardo Tripoli, que disputam a indicação, pediram impugnação da pré-candidatura de João Doria Jr. por propaganda ilegal e ostensiva, captação de sufrágio, abuso de poder econômico e transporte em massa de eleitores. São justamente os termos que os tucanos reclamam dos adversários nas eleições ordinárias. Agora acusam correligionários de fazer o mesmo? Vamos ver como vai ser – se é que, de fato, vai ocorrer – o segundo turno das primárias, dia 20 de março, entre Doria e Matarazzo. Sem trauma o partido não sairá desse processo interno.

E agora, PT?
Vereador de São Caetano, Pio Mielo entregou sexta-feira pedido de desfiliação do PT. Quando esta coluna anunciou, em meados de 2015, que o parlamentar deixaria a legenda, muito petista duvidou. Até dia 10 ele assina ficha no PMDB. E agora? Com pré-candidatos que não ultrapassaram 1.000 votos na eleição passada, como a sigla vai garantir a eleição de ao menos um integrante no Legislativo. Dor de cabeça à vista. 




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