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Famílias têm menor taxa de juros desde 1994
Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
24/03/2010 | 07:04
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A taxa média de juros do crédito à pessoa física em fevereiro foi a mais baixa desde 1994, com 41,9% ao ano. De acordo com o Banco Central, a apuração deste indicador começou naquele ano, portanto não se tem informação sobre anos anteriores. Em relação a fevereiro de de 2009, a taxa de juros média do mês passado recuou 10,7 pontos percentuais. Sobre janeiro deste ano, o decréscimo foi de 1,1 ponto percentual.

As principais operações do levantamento do BC sobre juros são o cheque especial, crédito pessoal e operações consignadas em folha de pagamento, financiamento imobiliário, operações de aquisição de bens e cartão de crédito.


CRÉDITO
Conforme o BC, o saldo das operações de crédito em fevereiro, R$ 1,43 trilhão, avançou 16,8% sobre igual período em 2009. O aumento sobre janeiro deste ano foi de 0,8%. Do montante do mês passado, R$ 471,6 bilhões pertenciam a recursos direcionados, que foram emprestado por meio de programas ou projetos sociais dos três poderes executivos. A expansão sobre fevereiro de 2009 foi de 30,2%.

Dentro deste pacote, as famílias e cooperativas garantiram R$ 92 bilhões em crédito habitacional. Em comparação com o mesmo período de 2009, a concessão ampliou 47,1%. E 2,7% sobre janeiro deste ano.

INADIMPLÊNCIA
A taxa de inadimplência das famílias, considerando dívidas com atraso nos pagamentos superior a 90 dias, foi de 7,2% em fevereiro, redução de 1,1 ponto percentual ante igual período de 2009. No cheque especial, o índice detectado pelo BC foi de 10,3%, no crédito pessoal 4,7% e nos financiamentos para aquisição de veículos 4,2%.


Resultado tem lado positivo e negativo, aponta economista

O patamar mais baixo desde 1994 da taxa média de juros ao consumidor em operações de crédito, 41,9% ao ano, pode ser interpretado como negativo, no âmbito da inflação, e positivo, se atrelado ao consumo.

De acordo com o diretor do curso de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Francisco Funcia, em cenário que a meta de inflação é de 4,50% ao ano, "a taxa de juros de 41,9% ao ano ainda é muito alta". Para ele, "isso explica porque o setor financeiro tem tido tanto lucro".

Porém, Funcia avalia que a menor média de juros aumenta as oportunidades de crédito ao consumidor. "Ele vai gastar menos do seu orçamento com juros. Isso estimula mais as pessoas a contratarem crédito, o que alavanca o consumo". Assim, há estímulo para o desenvolvimento da economia do País.




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