Política Titulo Diadema
Reinaldo Meira recua em versão de propina e adota tom de Lauro

Vereador governista de Diadema garante ter
demitido indicados antes de crimes se efetivarem

Leandro Baldini
Do Diário do Grande
20/03/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 Delator em áudio investigado pelo Ministério Público da suposta existência de cobrança de propina e existência de funcionário fantasma no governo de Lauro Michels (PV), o vereador situacionista Reinaldo Meira (PR), de Diadema, mudou o discurso. Em entrevista ao Diário, concedida ontem, o republicano afirmou que detectou as ilegalidades e determinou a exoneração de funcionários antes mesmo de eles cometerem qualquer irregularidade.

Na gravação, obtida pelo Diário e revelada no domingo, ele diz que José Eliezer Júnior, conhecido como Júnior Costa, estava querendo cobrar propina de feirantes e ambulantes, atrapalhando sua atuação política junto à classe. Também relata que Célia Maria Francisca recebia regularmente por trabalho comissionado, mas não comparecia ao serviço por cursar faculdade na hora do expediente. Ou seja, no áudio, revelou a existência das práticas criminosas.

Ontem, Meira se colocou como vítima de “armação” de quem gravou o áudio. Foi a mesma justificativa utilizada pelo prefeito Lauro Michels para garantir que não há ilegalidade em sua gestão. Meira e Lauro se reuniram no começo da semana, depois da reportagem, e o verde cobrou retratação do vereador publicamente.

“Eu acredito que o áudio foi uma armação, porque dava para ouvir, na gravação, a preparação. Ou seja, de fato, foi gravado o diálogo sem que eu percebesse”, declarou o republicano, que também tentou aliviar sua culpa. “Não falei nada demais.”

O parlamentar afirmou que foi informado com antecedência sobre “articulação” de Eliezer para cobrar propina de feirantes e ambulantes. Por isso, determinou sua exoneração antes do crime se consumar. “Ele não chegou a pegar propina, mas estava articulando. Rapidamente foi mandado embora. Se eu tivesse deixado, talvez estive falando sobre isso hoje. Não estou falando porque, quando eu soube, cortei o mal pela raiz. Eu pedi que o tirassem. Eu o indiquei achando que tinha o perfil para executar o trabalho. Quando percebi que não tinha, cortei”, alegou. Segundo Lauro, Eliezer foi demitido por não se encaixar no perfil da administração – ele passou pelas Pastas de Meio Ambiente, Obras e Segurança Alimentar, ficando cinco meses no Paço.

Sobre a situação de Célia Maria Francisca, Meira declarou que tomou a mesma posição ao saber que ela não cumpria o expediente. “Quando pedi para ela ir para lá (Prefeitura), perguntei sobre a questão da faculdade e falei que ela não poderia ir se estivesse estudando pela manhã, durante horário do expediente. Ela me disse que tinha resolvido, então falei que tudo bem. Depois detectei que não havia sido resolvida a questão e pedi seu afastamento”, comentou. Ele afirmou não manter mais relação com Eliezer e Célia. “Eles erraram e eu não poderia permitir isso. O prefeito não tem nada a ver com isso”, disse.

O vereador afirmou que indicou a nomeação de outras duas pessoas ligadas à sua base política para exercerem funções no governo Lauro. Uma está na Secretaria de Transportes e a outra em Obras. “Estou acompanhando de perto e elas estão trabalhando corretamente. Essa situação serviu de lição. Eu corrigi uma coisa que estava errada.”




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