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Maurici: peça-chave para Avamileno em S.Caetano
Arthur Lopez
Do Diário do Grande ABC
02/10/2005 | 07:49
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A peça principal da máquina administrativa de João Avamileno (PT) é o secretário de Governo, Mário Maurici. Embora desde o início do ano não represente mais o prefeito em solenidades, não faça a intermediação entre Executivo e Legislativo da Prefeitura com a Câmara, assim como em outras esferas de governo, e tampouco administre o Orçamento, a atual função de Maurici, segundo ele mesmo, é de gerente de políticas e projetos em que operem mais de uma secretaria - praticamente todos. Além disso, a Maurici é delegado o poder e o ônus de dizer 'não' no lugar do prefeito.

Mesmo assim, e na contramão dos comentários dos políticos da cidade, Maurici rechaça o título de supersecretário. Vereadores, principalmente os da base aliada, dizem que, pelo menos, ele é  considerado "o" secretário forte do governo João Avamileno. Sua influência política dentro e fora da Prefeitura já não é feita na primeira pessoa, mas está presente na Câmara e também no partido.

Para justificar a fama de supersecretário, Maurici lembra uma série de fatores. Um deles é que faz parte do foco do poder de Avamileno, concentrado no primeiro andar do Paço pela sala do prefeito, a chefia de gabinete, a Secretaria de Orçamento e Planejamento Participativo e a Secretaria de Governo. Agrega a isso o fato de ser casado com a vice-prefeita e secretária Ivete Garcia, outra com assento no andar do poder.

"No passado (até este ano) o secretário de Governo tinha muita exposição", aponta ele o outro fator possível, dizendo que hoje seu trabalho é mais interno.

O secretário Maurici explica que as funções mais próximas ao prefeito são exercidas pelo chefe de gabinete Wander Bueno do Prado. Desde a reforma administrativa operada no início desta gestão, até os contatos com os vereadores e a relação política com o PT e partidos da base aliada, além dos governos federal e estadual, foram retirados da Secretaria de Governo, que assumiu a comunicação e as políticas com a sociedade civil.

Conselheiro - Mas a experiência e a articulação do jornalista - que já foi vereador e prefeito em Franco da Rocha na Grande São Paulo, dirigente partidário, secretário de Comunicação e de Governo na administração de Celso Daniel - fazem de Maurici um conselheiro requisitado por João Avamileno. "Evidentemente que eu penso, tenho opinião. O prefeito às vezes me chama para saber o que eu acho, mas isso nunca é feito em caráter particular e sim com mais secretários, dependendo do tema. Tampouco significa que minha opinião prevaleça sobre a dos outros", afirma.

Uma das funções da Secretaria de Governo, que na reforma administrativa passou para a Chefia de Gabinete, mas que Maurici ainda faz, é dizer 'não' para os pedidos impossíveis de serem realizados. "Não gosto do termo blindagem, que soa negativo, mas concretamente, alguém que foi eleito com 200 mil votos para administrar Santo André não está aqui para tratar de pequenos problemas nem para ficar dizendo não para as pessoas que trazem demandas", revela Maurici.

O secretário de Governo explica que "às vezes as pessoas querem coisas impossíveis e não é o prefeito que vai dizer que não é possível, sou eu. Quando é possível, é o prefeito quem diz." Maurici revela que os problemas são levados a Avamileno, que analisa a situação e encaminha para um secretário resolver. "Normalmente (a demanda) vem para cá para que eu distribua para outras secretarias", conta.

Maurici é categórico em rechaçar a lenda de que tem mais poder que Avamileno. "Não faço nada aqui dentro que o prefeito não saiba ou não tenha autorizado. Levo as questões para ele, dou minha opinião e sugiro encaminhamentos. É ele quem decide", garante. A maior confusão nesse sentido, segundo Maurici, foi na composição do governo. "Quem vai dar a explicação porque veio para determinada pasta um nome e não outro sou eu. Esta é a função do secretário de Governo, mas é claro que faço sob as ordens do prefeito. Se eu tivesse feito algo sem autorização dele, provavelmente eu não estaria mais aqui", conclui.




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