Mesmo desfiliado do PSDB há três anos, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), chega à metade de seu mandato expondo administração recheada de obras com a marca tucana, oriundas de programas do governo do Estado, chefiado por Geraldo Alckmin (PSDB). As principais bandeiras hoje no município são o Poupatempo, inaugurado no início deste mês, e as unidades da Fábrica de Cultura e da Rede Lucy Montoro, que estão previstas para entrar em funcionamento em 2015.

O chefe do Executivo destacou, inclusive, no dia 8, durante o aniversário da cidade, que o equipamento do Poupatempo de serviços era o maior presente a ser dado aos moradores do município. “A cidade ganhou demais, porque a pluralidade de serviços que a população conquistou com tudo isso é para sempre e ajudará todos, desde a mais baixa renda até a mais alta. E se engana quem fala que este é um trabalho do governo do Estado. A Prefeitura tem importante participação. As ações são integradas”, considerou.

A unidade diademense da Fábrica de Cultura será um prédio horizontal, com cerca de 7.000 metros quadrados de área, na região central da cidade. O complexo terá salas multiuso, biblioteca com computadores e acesso à internet, um teatro e salas de aula para a realização de ateliês de iniciação artística, contando com investimento de R$ 14 milhões, com construção e custeio totalmente provisionados pelo governo estadual. Já a Rede Lucy Montoro, especializada em atendimento a pessoas com deficiências físicas, funcionará dentro do Quarteirão da Saúde e será a primeira unidade do programa a realizar atendimentos fora da Capital.

NINHO TUCANO

Lauro é de origem tucana. Na sigla, se elegeu por duas vezes vereador, nos pleitos municipais de 2004 e 2008, e sempre trabalhou em sintonia com o governo estadual, que é administrado pelo PSDB há 20 anos (Mário Covas entre 1995 a 2001, Geraldo Alckmin, 2001 a 2006 e desde 2011 e José Serra, 2007 a 2010). Em seu período de vereança, conquistou por várias vezes a unidade móvel do Poupatempo.

Por outro lado, o chefe do Executivo de Diadema deixou a legenda em 2011, colecionando problemas de relacionamento com o ex-prefeito e atual secretário de Saúde, José Augusto da Silva Ramos, à época, presidente do diretório local da sigla, tendo como estopim de incompatibilidade a eleição municipal de 2012. Ao constatar que não conseguiria ser o candidato a prefeito, Lauro migrou para o PV e fez campanha enfatizando discursos que não era mais tucano e se desprendendo de qualquer questionamento nas ruas sobre possível vínculo.

Entretanto, ambos resgataram proximidade política ainda em 2012, durante o segundo turno do páreo, quando o ex-prefeito anunciou apoio ao verde na disputa contra Mário Reali (PT). Em retribuição, José Augusto foi nomeado chefe da Pasta de Saúde.

O elo de Lauro com o tucanato foi recentemente fortalecido com a filiação do secretário de Finanças, Francisco José Rocha – que é sogro do prefeito – no diretório municipal, e com a vitória de José Dourado (PSDB) para o comando da Câmara, após ser o escolhido do chefe do Executivo.

A sigla é uma das possíveis a compor a chapa do verde na tentativa de reeleição em 2016, uma vez que a atual vice-prefeita, Silvana Guarnieri (PTB), já foi descartada.