Construção de equipamento para incineração do lixo foi promessa na campanha do prefeito de São Bernardo em 2008
O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), admitiu ontem que a usina de incineração de lixo do Alvarenga, prometida na campanha eleitoral de 2008, não sairá do papel antes de 2016, último ano de seu segundo mandato. A administração municipal culpa a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) pelo atraso. A previsão inicial era que a inauguração fosse feita até 2015.
Isso porque a Prefeitura depende da aprovação do Eia/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) por parte da Cetesb para que, depois, seja emitida a licença ambiental que autoriza o funcionamento do equipamento, cuja construção deverá custar entre R$ 350 milhões a R$ 450 milhões. O documento foi protocolado na companhia estadual em dezembro do ano passado, mas ainda está sob análise e não há prazo para retorno.
“Eu creio que não vou conseguir inaugurar a usina. Mas é possível terminar a remediação (do terreno onde antigamente funcionava o Lixão do Alvarenga, na Estrada dos Alvarenga) dentro do nosso governo, se a Cetesb não enrolar muito tempo”, admitiu o prefeito.
Mesmo assim, o petista garante que a usina será construída. “São caminhos que não têm volta. Até porque a empresa tem obrigação contratual de fazer a obra. Pode demorar um pouco mais, um pouco menos, mas tem obrigação, sob pena de rompimento de contrato”, ameaça.
Apesar do atraso, o chefe do Executivo considera positiva a atuação da Prefeitura diante do imbróglio. “Acredito que não dá mais tempo de cortar a fita, mas nossa responsabilidade é iniciar o processo e não empurrar para depois porque não vai dar tempo de eu inaugurar”, avalia.
A obra será feita pelo consórcio SBC Valorização de Resíduos (composto pelas empresas Revita e Lara), que assinou em 2012 contrato no valor de R$ 4,3 bilhões com o município. Além da construção da usina, o grupo também é responsável pelo serviço de limpeza pública da cidade, como varrição de ruas e coleta seletiva.
O projeto prevê que o equipamento tenha capacidade para incinerar diariamente cerca de 720 toneladas de resíduo, o equivalente a toda produção atual de lixo no município. Hoje, 100% desse material é enviado a aterro particular localizado em Mauá.
A queima irá gerar 17 megawatts/hora de energia elétrica, quantidade suficiente para atender toda a demanda de iluminação pública na cidade. O equipamento funcionará ao lado do antigo lixão. A área vizinha dará lugar a um parque.
Prefeitura entrega central de triagem de materiais recicláveis
Foi entregue ontem a segunda central de triagem de materiais recicláveis de São Bernardo, localizada no bairro Cooperativa. Com investimento de R$ 4,1 milhões, o equipamento terá capacidade para triar 100 toneladas de lixo por dia. Juntos, os dois galpões da cidade empregam 110 trabalhadores.
Segundo o prefeito Luiz Marinho (PT), o número de catadores deve aumentar, já que a demanda vem crescendo. O petista informa que, no ano passado, a média mensal de coleta seletiva era de 120 toneladas. “Neste mês, em apenas 15 dias, já chegamos a 350 toneladas. Vamos chegar a 780, com tendência de alta.”
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