Economia Titulo
Atividade da indústria volta a sofrer queda em São Paulo
Por Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
01/09/2005 | 08:32
Compartilhar notícia


A atividade industrial paulista caiu 2,7% em julho na comparação com o mês anterior, com redução em todos os 17 setores abrangidos pelo INA (Indicador do Nível de Atividade), apresentado quarta-feira pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e pelo Ciesp (Centro das Indústrias de São Paulo).

Apesar do resultado negativo, a avaliação dos representantes da indústria é de que a baixa em julho faz parte de uma "oscilação" dentro do quadro de estagnação vivido pelo setor produtivo do Estado de São Paulo. Em junho, o índice apontou alta de 2,2% em relação ao mês anterior, e, em maio, variação positiva de 0,1%.

"Estamos oscilando próximo da estabilidade nos últimos meses. O resultado não surpreende, porque vivemos uma absoluta falta de dinamismo. Mas o mês de julho tradicionalmente é caracterizado por uma alta na produção, o que não aconteceu neste ano", afirmou Paulo Francini, diretor do Decon (Departamento de Economia) da Fiesp.

Mesmo com a redução deste mês, o resultado de 2005 ainda é positivo: entre janeiro e julho, a atividade da indústria paulista cresceu 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Boris Tabacof, diretor do Decon do Ciesp, lembra que as condições impeditivas de um crescimento maior permanecem instaladas. "Ainda temos altas taxas de juros, câmbio desfavorável e a perspectiva de uma estagnação no mercado interno, o que nos leva a acreditar que continuaremos patinando nos próximos meses. Em julho, até o consumo de energia das empresas de São Paulo parou de crescer", afirmou.

Segundo o levantamento da Fiesp e do Ciesp, a indústria automotiva instalada em São Paulo apresentou uma baixa de 3,5% na produção em julho e redução de 3,9% das vendas reais. O resultado neste ano, entretanto, é de alta de 6,4% entre janeiro e julho, em números sem ajuste sazonal.

Um dos fatores que pode ter influenciado o resultado do setor, segundo Francini, da Fiesp, é o menor número de dias produtivos em julho com relação a junho – 20 contra 21. "Esse resultado não nos preocupa, porque deve ter sido influenciado por questões específicas do mês de julho. Não há pânico no setor. Os empresários da indústria automotiva ainda estão otimistas."

Pontual – Na avaliação do presidente do Sindicato dos Químicos do ABC (filiado à CUT), Paulo Lage, a queda do INA em julho foi "pontual", e a indústria de São Paulo continua em crescimento.

"É possível ver isso até pela geração de novas vagas na indústria, em diferentes setores. O fato de a indústria eventualmente ter apresentado uma redução em julho não quer dizer que a atividade como um todo esteja ruim. Estamos crescendo pouco, mas sobre uma base de crescimento mais alta, a do ano passado, que já teve crescimento", afirmou o sindicalista.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;