Com a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), e o candidato do PT ao governo do Estado, Alexandre Padilha, em baixa com o eleitorado paulista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou roteiro de várias atividades eleitorais na Região Metropolitana para diminuir a resistência aos projetos petistas. Ontem, em comício no bairro do Campo Limpo, na Zona Sul da Capital, Lula adiantou que haverá atos em conjunto para popularizar as empreitadas do PT em São Paulo.

Pesquisa Datafolha da semana passada mostrou que Padilha segue estagnado na preferência do eleitorado paulista, citado por 9% dos entrevistados. Está longe do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que, com 51%, conquistaria a reeleição no primeiro turno. O mesmo Datafolha mantém projeção de Marina Silva (PSB) à frente de Dilma no Estado entre os presidenciáveis.

No roteiro de Lula estão as cidades de Cotia, Itapevi, Carapicuíba e São Bernardo – o ato no Grande ABC está inicialmente marcado para sábado, em caminhada silenciosa pela Rua Marechal Deodoro (a legislação eleitoral não permite comícios na véspera do pleito). Hoje, Dilma, Lula e Padilha estarão em Santos, em último comício na Baixada Santista. “Vamos mostrar força do nosso trabalho em conjunto”, discursou o cacique petista.

Lula voltou a criticar Alckmin, dizendo “não entender” os eleitores de São Paulo. “Reclamam da Saúde e da Educação e votam no Alckmin”, ironizou o petista, que utilizou o pioneiro governo do PT de Gilson Menezes em Diadema em sua fala no Campo Limpo.

“Imagine a revolução que faríamos no governo do Estado (se fôssemos eleitos). Na década de 1980, transformamos uma cidade como Diadema e assim fomos transformando tudo onde passamos. Esse é o melhor time”, afirmou, em referência a Dilma, Padilha e ao senador Eduardo Suplicy (PT), candidato à reeleição.

BNDES
Antes da atividade no Campo Limpo, Dilma concedeu entrevista em hotel na Avenida Paulista para, novamente, atacar os adversários. O mote foi o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), lembrado no debate de anteontem da Rede Record. “Meus rivais (Marina e Aécio Neves, do PSDB) estão com planos absurdos para o BNDES. É temeridade essa discussão sobre redução do papel dos bancos públicos”, sentenciou.

Questionada sobre a chance de vencer a eleição presidencial já no primeiro turno, Dilma despistou. “Não tenho o que falar sobre isso. Respeito o voto do eleitor”, disse. Pelo Datafolha, a petista precisa obter pelo cinco pontos percentuais de votos válidos para encerrar a disputa pelo Palácio do Planalto já no domingo. O cenário atual coloca Dilma e Marina Silva no segundo turno.

Dilma também comentou as declarações homofóbicas do candidato do PRTB à Presidência, Levy Fidelix, em debate anteontem na Rede Record. “Acho que toda homofobia tem de ser criminalizada”, opinou a petista. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) já entrou com pedido de cassação do registro de candidatura de Fidelix (leia mais na página 7).