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S.Caetano chega
ao fundo do poço

Time vê Guarani bater Caxias e termina a Série C
em penúltimo, rebaixado ao lado do Duque de Caxias

Por Thiago Bassan
30/09/2014 | 07:21
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Ari Paleta/DGABC


 

O pesadelo se tornou realidade. Com a vitória do Guarani sobre o Caxias por 1 a 0, ontem à noite, pela 17ª rodada da Série C, o São Caetano foi rebaixado para a Série D do futebol nacional. Mesmo se vencer o Duque de Caxias na última rodada da primeira fase, sábado, o Azulão chegará no máximo aos 21 pontos, enquanto o Bugre já soma 23 e o Juventude, adversário mais próximo na tabela, tem 22. Desta maneira, o clube corre o risco de desaparecer no cenário brasileiro ao fim de 2015.

Isso porque na Série D o São Caetano terá de conquistar o acesso para prosseguir disputando competições no âmbito nacional. Para estar na Quarta Divisão o clube precisa se encontrar entre os primeiros colocados na elite do Estadual, entre times que não disputam as séries A, B ou C – o Azulão está na Série A-2 do Paulista.

A campanha do São Caetano na Terceirona desapontou. A estreia aconteceu com vitória por 1 a 0 sobre o Guarani. Mas, depois, vieram cinco derrotas seguidas, que culminaram com a saída do técnico Vílson Tadei.

Paulo Roberto chegou e o time empatou com Tupi e Guaratinguetá, mas perdeu para o Duque de Caxias. Venceu o Guarani e empatou com o Macaé. Depois, bateu o Caxias e foi superado pelo Mogi. O Azulão se recuperou diante do Madureira. Mas outro revés para o Juventude deixou a situação ruim. Paulo Roberto saiu e o time foi goleado pelo Tupi. Assim, nem mesmo a vitória sobre o Guará, na última rodada, salvou o São Caetano. Em 17 jogos, a equipe acumulou cinco vitórias, três empates e nove derrotas.

 

 

Vice-presidente defende Nairo; goleiro Saulo lamenta derrotas

Nairo Ferreira de Souza não é o único culpado. Embora o presidente do São Caetano seja apontado por muitos como principal responsável por outra queda do Azulão, o vice administrativo do clube, Ivan Fiuka, acredita que a culpa pela queda do clube à Série D do Campeonato Brasileiro deve ser dividida.

“O Nairo jamais iria querer que o time estivesse nesta situação. Mas é preciso fazer planejamento, ouvir mais pessoas, para que o clube não repita os erros. Muitos jogadores foram escolhidos de maneira errada. Você contrata e eles não correspondem depois. Assim fica difícil”, disse o dirigente.

Apesar do rebaixamento ter sido decretado apenas na rodada de ontem, o goleiro Saulo, titular do São Caetano em boa parte da Série C, disse que a situação do clube não foi decidida nesta rodada.

“Não fomos rebaixados hoje (ontem). Perdemos algumas oportunidades de tentar evitar que isso acontecesse. Talvez ter feito alguma coisa melhor, já que o objetivo inicial era o acesso. É dificil colocar os erros agora, apontar um ou outro culpado. Todos nós erramos”, destacou o arqueiro, que tem contrato com o clube até o fim de 2015, mas não sabe se vai permanecer.

 

 

Torcedores criticam elenco e diretoria

Torcedor símbolo do São Caetano e um dos fundadores da organizada Bengala Azul, o aposentado Agostinho Folco não escondeu a tristeza ao comentar outro rebaixamento do clube, o terceiro em dois anos. Para o folclórico torcedor, a Série D é uma competição sem importância alguma.

“A Série D não existe. Um clube que tem dois rebaixamentos em um ano dificilmente escapa do terceiro. É um ciclo vicioso, tudo deu errado, contratações equivocadas. Desde que perdemos o acesso (na Série B) em 2012, ficamos deste jeito. Estamos parecendo o Palmeiras. Quem está neste elenco não tem condições de disputar nem a Série A-2 (do Paulista) no ano que vem”. esbravejou ele.

Agostinho considera curiosa a passagem de alguns jogadores que não deram certo do Azulão, mas estão brilhando em outras equipes. “Temos de oito a nove atletas que foram para outras agremiações. Um é artilheiro do Joinville (Jael), outros são ídolos no Oeste e no Paraná (Kleber e Giancarlo respectivamente). E por que aqui não deram certo? O investimento não agradou, percebemos isso logo depois que eles saíram”, analisou.

Um dos fundadores de outra torcida organizada do São Caetano, a Comando Azul, Carlos Lazarini, o Barata, segue a opinião de ex-ídolos do clube (leia mais na página 5) e aponta a falta de planejamento como principal responsável pelo rebaixamento do clube.

“A falta de planejamento só poderia dar nisso. São jogadores fracos, vindos de baciada, e que deixaram o elenco inchado. Além disso, muitos empresários transformaram o clube em balcão de negócios. Não poderia dar outro resultado. Olha o nosso marketing, por exemplo. Se você quiser uma camisa do clube não encontra nem na lojinha. Os uniformes são confeccionados pelo ‘Zé Louco’. Com todo respeito, para quem já teve Penalty, Wilson, isso é intolerável”, criticou.

Agostinho também reclamou da falta de dirigentes com pulso firme. “Antigamente, o Nairo tinha dirigentes que amavam o clube ao seu lado. Hoje, ele está sozinho”, finalizou.

 




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