Esportes Titulo Timão X Verdão
Clássico expõe situações antagônicas
Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
06/02/2011 | 07:49
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Quatro dias depois da fatídica eliminação na Copa Libertadores, o Corinthians segue agonizando em dor. Os fiéis torcedores perderam as estribeiras, as noções de civilidade e não param de fazer protestos. Pior que hoje, às 17h, no Pacaembu, o adversário é justamente o maior rival, o Palmeiras, que viveu turbilhão parecido no fim do ano passado, se recuperou e hoje está entre os primeiros do Paulistão. Os prognósticos são desanimadores e podem aumentar as feridas dos corintianos, que nem tiveram tempo de cicatrizar.

Com respaldo da diretoria, Tite segue no comando do Timão. Na tentativa de livrar os jogadores da fúria da torcida, o técnico se colocou na condição de único culpado pela fase que o clube atravessa. "Estou procurando a formação tática ideal. Testamos algumas e nada deu certo. Tomara que encontre logo", explicou ele, lembrando da falta que faz o volante Elias, vendido ao Atlético de Madrid.

Buscando soluções, o treinador antecipou que Roberto Carlos, Ronaldo e Dentinho, principais jogadores do elenco, serão preservados e ficam fora do clássico. A novidade pode ser a volta do meia Bruno César, barrado na derrota para o Tolima, pela Libertadores. "Ainda não defini o time. Todos gostariam de jogar", despistou o técnico ao ser indagado sobre os titulares.

Do outro lado, Felipão só tem motivos para comemorar. Além de contar com as voltas do zagueiro Danilo e do volante Marcos Assunção, o técnico celebra a tranquilidade de quem vem de cinco vitórias seguidas. Entretanto, em nome da amizade, declarou que gostaria de poupar Tite. "Se me falassem que ganhando eu tiraria o Tite, preferia perder o jogo. A culpa não é só dele, todos têm culpa do que aconteceu e deviam assumir a sua parte", cutucou Felipão.

Como mandante, o Palmeiras terá superioridade nas arquibancadas, outra vantagem para o Alviverde. Mas Felipão não quer saber de oba-oba. "O jogo requer cuidado. Para vocês (jornalistas), o Palmeiras entra ganhando por 15 a 0, mas isso não é verdade. O Palmeiras tem as mesmas qualidades e defeitos do Corinthians. Se não tivermos consciência disso, podemos ser surpreendidos", ressalta o técnico, que completa 300 jogos no comando da equipe.

 

Kleber exalta fase, mas pede cautela

 

Se o clima no rival é tenso, no Palmeiras é só alegria. A boa fase do time é surpreendente até mesmo aos jogadores, que após viverem um fim de 2010 aquém do esperado, agora veem a equipe numa situação muito mais confortável para jogar o clássico.

"Para falar a verdade, não imaginava começar desse jeito. É lógico que a gente tenta motivar o grupo, apagar 2010 e começar a sair nas ruas de cabeça erguida. A gente não estava conseguindo ter tranquilidade. Tentamos passar essa mensagem para os jogadores que estão chegando, a importância de estar lá em cima, no topo. E o bom é que absorveram isso bem rapidamente", destacou o atcaante KlEber, que volta ao time hoje.

O Gladiador pediu, porém, respeito e cautela com o adversário desta tarde. "Nem pensamos se o Corinthians está em crise ou não. Já houve situações de times grandes que, quando atravessam momento ruim, crescem nas adversidades. Já vi o Palmeiras estar por baixo e vencer clássicos. É claro que o Corinthians está abatido, mas pode tirar forças de onde não tem. Por isso a gente precisa entrar muito ligado e saber da importância desse jogo", afirmou.

 

Torcida faz protesto violento e pede saída de Ronaldo

 

A revolta da torcida do Corinthians pela eliminação precoce na pré-Libertadores teve mais um capítulo violento na manhã de ontem.

Mais de 200 torcedores alvinegros, a maioria deles ligados às facções organizadas do clube, estiveram no CT Joaquim Grava e apedrejaram o ônibus da delegação no momento em que o veículo chegava ao local.

Os torcedores entoaram cânticos ofensivos a alguns jogadores da equipe e à diretoria e exibiram faixas e cartazes com ofensas. O alvo principal foi o atacante Ronaldo, que teve sua saída do clube pedida pela torcida: "Ronaldo, c..., fora do Timão!", gritavam os corintianos.

A Polícia Militar, que fazia plantão em frente ao centro de treinamento do Corinthians desde a queda da equipe na Libertadores, teve de agir e conseguiu a dispersão dos manifestantes jogando bombas de efeito moral nos torcedores.

Membros das duas principais torcidas organizadas do Corinthians já planejavam os protestos desde sexta-feira.




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