Política Titulo Reforma administrativa
Para ex-secretário de Segurança, proposta de Skaf é ‘temerária’

Correligionário do candidato do PMDB ao Estado, Ferreira Pinto afirma que promessa de unificar Pastas do setor causaria ‘caos’ em São Paulo

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
28/09/2014 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Ex-secretário estadual de Segurança Pública e candidato a deputado federal pelo PMDB, Antonio Ferreira Pinto classifica como “temerária” a reforma administrativa no setor proposta por seu correligionário Paulo Skaf, postulante ao comando do Palácio dos Bandeirantes nesta eleição.

Skaf pretende gerenciar a área reduzindo de três para dois o número de Pastas que abrangem o tema.

O quadro atual contém as secretarias de Segurança Pública, Justiça e Administração Penitenciária, essa última idealizada por Ferreira Pinto em 1993, no governo de Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB) – Ferreira Pinto, inclusive, foi secretário dessa Pasta no governo de José Serra (PSDB). Ao Diário, Skaf justificou que a medida cortaria gastos do Estado.

“Jamais cometeria o disparate de juntar áreas tão sensíveis como Administração Penitenciária e Segurança, por exemplo. Posso afirmar categoricamente que isso é absolutamente inviável, inadequado, inexequível e temerário. Seria um caos”, prevê Ferreira Pinto, em visita à sede do Diário. “Teríamos um sistema penitenciário totalmente abandonado, assim como foi quando (Administração Penitenciária) era apêndice da Secretaria de Segurança Pública. Nenhum governante em sã consciência vai juntar essas secretarias.”

O ex-secretário ainda considera que a proposta de Skaf deixaria de dar atenção ao acompanhamento social dos presos, que, após cumprirem suas penas, precisam ser reinseridos à sociedade. “O sujeito acabaria saindo de lá (da prisão) sem nem saber como tirar RG ou carteira de trabalho. A proposta é temerária”, classifica Ferreira Pinto, reutilizando a expressão.

Apesar de correligionário, Ferreira Pinto revela que nem ele nem Fleury participaram da construção do plano de governo de Skaf. “Nunca tive militância política, me filiei ao PMDB pela amizade que tinha com o candidato (Skaf). Mas nunca tive a mínima oportunidade de apresentar sugestões. O Fleury, que tem formação diferente da minha em Segurança Pública, também não participou da proposta.”

Capitão reformado da Polícia Militar e promotor de Justiça aposentado, Ferreira Pinto critica Fernando Grella Vieira, ex-procurador-geral de Justiça e que foi seu substituto no comando da Pasta de Segurança Pública. Ele também questiona a condução de projetos de defesa do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

“A política de Segurança deve ser de Estado e não de governo. Não a favor de interesses políticos partidários. Depois da minha saída, por critério puramente partidário, (a Pasta) voltou a ter a mesma forma de condução de 40 anos atrás”, externou Ferreira Pinto, que contestou a eficácia do Detecta, programa de monitoramento que virou principal bandeira de Alckmin na área de Segurança. “Não da para dizer que vai resolver o problema.” 




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