Política Titulo Agentes de trânsito
Afastamento de agentes de Mauá fere legislação

Especialistas apontam necessidade de detalhamento em portaria publicada pela administração municipal

Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
08/07/2009 | 07:28
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A falta de especificidade na publicação do descredenciamento de quatro agentes de trânsito de Mauá pode trazer novos problemas à administração do prefeito Oswaldo Dias (PT).

No dia 10 de junho foi publicada portaria sobre o descredenciamento dos funcionários para "fiscalização bem como para a lavratura de auto de infração de trânsito" sem menção dos motivos que determinaram o afastamento, o que, segundo o especialista em Direito Público Alberto Rollo, fere a legislação.

"Os profissionais só podem ser descredenciados se existir processo administrativo e, se ao final, eles forem considerados culpados. Além disso, se eles fizeram concurso e foram afastados para cumprir outra papel, caracteriza desvio de função e está errado", explica Rollo.

A administração, 15 dias antes do descredenciamento, contratou três profissionais celetistas (contratados em regime de CLT) para prestar serviço exatamente nos mesmos cargos. A medida também pode trazer problemas a Oswaldo.

"A Prefeitura poderia ter justificado que era necessária a contratação desses agentes pela urgência e necessidade do serviço, que isso era provisório", afirma Rollo.

Para o especialista em Direito Trabalhista Eli Alves da Silva, a falta de justificativas no descredenciamento abre a oportunidade de que os agentes entrem com processo contra o Executivo. "Se os profissionais considerarem que estão sendo injustiçados podem recorrer ao Judiciário, independentemente do processo administrativo estar ocorrendo."

Processo - Um dos profissionais que preferiu não se identificar temendo represálias alega que soube do afastamento através da publicação da portaria. "Estava no trabalho, alguns amigos me mostraram o documento e me avisaram que não poderia mais cumprir minha função. Em nenhum momento fui chamado para conversar e conhecer melhor os motivos."

O funcionário acredita que a saída pode estar ligada à necessidade de aliados políticos serem encaixados nas vagas abertas.

O secretário de Mobilidade Urbana Renato Moreira, em contrapartida, justificou a mudança pelo fato de dois funcionários descredenciados enfrentarem processo administrativo.

"Chegamos a receber ofício da Polícia Civil arrolando que um deles é acusado de possíveis crimes de estelionato. Esse profissionais tiveram conduta irregular interna e foram afastados por conta disso, porque isso pode prejudicar o desempenho da função. Alguns tiveram problemas de disciplina. Existe todo um histórico e não há nada irregular no processo".




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