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Entre mentiras e fantasias

Utilizando as tecnologias dos efeitos visuais, a computação
gráfica recria com ainda mais cores obra de L. Frank Baum

Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
08/03/2013 | 07:10
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Há 74 anos o cinema não leva os espectadores para a magia do mundo de Oz. As aventuras de Dorothy, Homem de Lata, Espantalho, Leão e o cachorrinho Totó em jornada em busca da Cidade das Esmeraldas ficaram no passado, porém continuam na lembrança de diversas gerações. Talvez os novos espectadores pouco conheçam ou apenas tenham ouvido falar sobre esse clássico. Tempos modernos parecem pedir um retorno ao universo cortado pela estrada de tijolos amarelos.

Utilizando as modernas tecnologias dos efeitos visuais, a computação gráfica recria com ainda mais cores e fantasia a obra do escritor norte-americano L. Frank Baum em 'Oz - Mágico e Poderoso', que tem estreia mundial hoje. Apesar do tom moderno, o filme viaja para uma época muito anterior à de Dorothy para demonstrar como o famigerado Mágico de Oz ganhou um status tão importante.

O diretor Sam Raimi (conhecido pelo grande público por comandar a primeira trilogia da saga do Homem-Aranha nas telonas) narra as complicações pessoais de Oz (papel de James Franco), ilusionista sem futuro que sobrevive em apresentações em paradas de um circo itinerante. Ao contrário do que se possa imaginar do personagem, ele é ganancioso ao extremo e adora brincar com o coração das mulheres. É justamente uma de suas tentativas amorosas que faz com que fuja em um balão que, após sobreviver a um furacão, o leva para o mundo que tem o mesmo nome.

Entre as maravilhas com as quais se depara estão macacos falantes que voam, uma cidade de porcelana e a bela bruxa Theodora (Mila Kunis). A garota diz que ele faz parte da profecia que irá ajudar a ela e a sua irmã, Evanora (Rachel Weisz), a de livrar o local da malvada bruxa Glinda (Michelle Williams). Fãs antigos mais atentos são capazes de perceber que há algo de errado nessa história. A dúvida em torno da legitimidade da lenda e da dualidade dos personagens - inclusive do protagonista - norteia o roteiro.

INTRAGÁVEL

Um dos trunfos de 'O Mágico de Oz' era o carisma dos personagens. O simpático grupo liderado por Judy Garland mesclava elementos que atraem o espectador em diferentes épocas. Esse é um dos obstáculos a serem batidos no longa-metragem. Os sorrisos falsos que surgem por diversas vezes no rosto de Oz o colocam como um canastrão intragável em muitos momentos. As características negativas (e um tanto quanto chatas) do mágico lhe custam a simpatia do público, mas são essenciais para as reviravoltas da trama.

Há poucas referências que aproximam o filme de 1939 com a atual produção. A mais interessante gira em torno do nascimento da icônica bruxa malvada do Oeste, conhecida pela gargalhada tenebrosa e por ter o corpo verde. Sua mudança drástica de visual e comportamento é responsável pela vital virada na história, sendo ponto de partida para que a ação se torne mais dinâmica. Na luta entre o bem e o mal, as ilusões de mágica assustam até mesmo as mais perigosas das vilãs.

O pecado maior de 'Oz - Mágico e Poderoso' fica em torno do tom forçado dos namoros do protagonista. Eles soam desnecessários, mas têm papel importante no enredo. O amor em Oz pode ser mais perigoso do que no Kansas.




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