Economia Titulo Impasse
Fundição de Mauá abre
contas para sindicato

Após acordo no TRT, Justiça vai indicar auditor
contábil para verificar se Vecom pode pagar PLR

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
19/09/2014 | 07:28
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Divulgação


Pela primeira vez em audiência na Justiça envolvendo o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá houve acordo entre empresa e entidade para que um auditor contábil analise os dados financeiros da companhia, e apresente aos representantes dos trabalhadores.

Este foi o entendimento que o sindicato e a fundição de aço Vecom Brasil, de Mauá, chegaram, ontem, em audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que indicará especialista para analisar a contabilidade. “Também vamos enviar um profissional do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) para acompanhar essa apuração”, garantiu o diretor financeiro da entidade, Adilson Torres Santos, o Sapão.

A maioria dos 140 trabalhadores da Vecom estão em greve desde o dia 10. Isso porque eles querem receber R$ 3.000 de PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Mas a empresa alegou que tem tido prejuízo nos últimos anos e não terá como pagar nada. Hoje, às 7h, o sindicato colocará em votação o acordo firmado ontem no TRT. Caso funcionários aprovem, eles voltam à produção e, conforme estimou Sapão, os resultados da auditoria devem sair em até duas semanas. “Se desaprovarem, o caso vai para julgamento na Justiça do Trabalho.”

DIFICULDADES - O diretor comercial da Vecom, Luiz Carlos Mondoni, confirmou que a empresa passa por dificuldades financeiras e que está de portas abertas para que verifiquem suas contas. “Estamos tendo prejuízo desde 2010”, observou.

A Vecom atua, principalmente, com componentes fundidos para fabricantes de válvulas. Direciona os esforços para os fornecedores diretos da Petrobras, que compram de várias empresas de fundição, e para companhias de energia elétrica. “Neste caso, nossa concorrência vem do mundo inteiro”, pontuou Mondoni.

“Nosso produto tem caído de preço, e o custo da mão de obra está subindo. Se forçarmos nos preços, perdemos. Muitas vezes nossos clientes não conseguem vender, porque concorrem com outras empresas, e isso reflete em nós. E quando tem pedido, vence quem tem o menor preço”, explicou o diretor, acrescentando que a greve agravou ainda mais a situação da companhia, pois os clientes têm cobrado o prazo de entrega.
 




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