Presidenciável do PSB, Marina Silva vence a disputa presidencial nas sete cidades do Grande ABC. É o que aponta a nova rodada do DGABC Pesquisas, encomendada pelo Diário. O triunfo em todos os municípios reflete no quadro geral de intenções de voto. A ex-senadora é citada por 36,8% dos entrevistados, 10,3 pontos percentuais à frente da presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição e citada por 26,5%.

Foi o primeiro levantamento realizado desde o ingresso oficial de Marina no cenário eleitoral após morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, então postulante do PSB ao Planalto. Na sondagem feita em julho e divulgada no Diário no dia 3 de agosto, Eduardo tinha 8% das intenções de voto, longe da disputa até então polarizada entre Dilma e o senador mineiro Aécio Neves, representante do PSDB no pleito.

Em empate técnico com a chefe da Nação na pesquisa de agosto – e numericamente à frente da petista em eventual segundo turno –, Aécio agora é terceiro colocado, com 14,3% entre os eleitores do Grande ABC. Na sequência aparecem Luciana Genro (Psol – 1,1%); Pastor Everaldo (PSC – 0,9%); José Maria de Almeida (PSTU – 0,3%), Levy Fidelix (PRTB – 0,3%), Eduardo Jorge (PV – 0,2%), José Maria Eymael (PSDC – 0,1%), Mauro Iasi (PCB – 0,1%) e Rui Costa Pimenta (PCO – 0,1%). Brancos e nulos somam-se 11,8% e outros 7,5% não souberam responder.

Melhor desempenho de Marina está em Mauá, onde a ex-ministra do Meio Ambiente é lembrada por 42,8%. Dilma Rousseff tem 25,3%, enquanto Aécio recebe 8,5% de adesões. A pior performance é observada em Santo André, onde 33,7% dos entrevistados cravaram voto na presidenciável do PSB. Em solo andreense, Dilma alcança 26,4% e Aécio, 17,7%.

Em São Bernardo, município administrado por Luiz Marinho (PT) – coordenador da campanha de Dilma no Estado –, Marina vence a atual presidente da República por 36,3% a 27,8%. O duelo está acirrado na única cidade governada por um tucano: em Rio Grande da Serra, de Gabriel Maranhão (PSDB), a socialista possui 38,3% das intenções de voto ante 35,3% de Dilma – empate técnico está configurado.

Em novembro, o DGABC Pesquisas realizou levantamento da corrida presidencial com dois cenários de candidaturas do PSB, porque, à época, ainda cogitava-se a inversão da chapa, apostando em Marina como presidenciável.

Naquela sondagem, Marina apareceu à frente numericamente de Dilma na região: 30,9% contra 29,7%. O empate técnico, mas o fato de a socialista àquela altura aparecer numericamente como líder, indicou que a petista não teria vida fácil no território berço de seu partido.

Em 2º turno, presidente perde para socialista e tucano

Região onde surgiu o PT, três décadas atrás, o Grande ABC não oferece vitória para a presidente da República e candidata à reeleição pela sigla, Dilma Rousseff, em nenhum dos cenários de segundo turno em que a petista está inserida. A chefe da Nação perderia para a presidenciável do PSB por 19,4 pontos percentuais de diferença. Contra o representante do PSDB no pleito, Aécio Neves, o revés é matemático: 37,9% para o tucano contra 36,4% – empate técnico configurado pela margem de erro de 1,9 ponto.

No duelo direto com o PSB, a distância aumentou consideravelmente. No levantamento do DGABC Pesquisas realizado em julho a pedido do Diário, quando o presidenciável ainda era o ex-governador pernambucano Eduardo Campos, Dilma seria batida em etapa final da eleição por 34,1% a 31,9%. Agora, com Marina no páreo, a derrota é de 49,9% contra 30,5%.

Em sondagem de segundo turno entre Marina e Aécio, a socialista leva vantagem: triunfaria por 51,7% a 24,6%.

Curiosamente, o Grande ABC concentrou o maior número de fichas rejeitadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) quando Marina tentou criar seu partido, a Rede Sustentabilidade – 52% das 20 mil assinaturas coletadas foram desconsideradas pela Justiça Eleitoral.

VOTO DE 2º TURNO
O DGABC Pesquisas aferiu a migração de votos entre o primeiro e segundo turnos, e dados mostram que grande parte do eleitorado de Aécio migra para campanha de Marina Silva caso a socialista enfrente Dilma Rousseff em fase final da eleição.

No total, 61,9% dos entrevistados que disseram votar em Aécio apostariam na socialista em segundo turno. Outros 21,9% anulariam ou votariam em branco. Somente 11,6% dos que depositaram confiança no tucano apoiariam Dilma.

Caso a disputa derradeira seja entre Dilma e Aécio, 54,3% dos votos de Marina seriam transferidos para o senador mineiro do PSDB, enquanto 19,1% iriam referendar segundo mandato para a petista. No confronto direto entre a candidata do PSB e o tucano, 41,3% dos eleitores de Dilma optariam pela socialista – outros 31% em Aécio e 22,9% anulariam ou votariam em branco.

O DGABC Pesquisas ouviu 2.800 pessoas entre segunda e quinta-feira. A sondagem está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral de São Paulo) sob protocolo número BR-00623/2014.