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Vacinação contra HPV é segura, afirmam médicos

Internação de garotas em Bertioga com suposta reação à imunização resulta em polêmica entre jovens

Vanessa de Oliveira
do Diário do Grande ABC
14/09/2014 | 07:07
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ABr


O caso de três garotas de Bertioga, no Litoral, internadas após receber a segunda dose da vacina contra o HPV (Papilomavírus Humano), assustou o público adolescente feminino. No dia 4, as meninas deram entrada no pronto-socorro da cidade queixando-se, principalmente, de falta de sensibilidade nas pernas, o que dificultava o caminhar. Duas receberam alta na quarta-feira e uma encontra-se em observação por sentir dores de cabeça. As jovens foram imunizadas em uma escola pública, onde outras oito meninas também passaram mal depois da ação.
Com a repercussão do fato, garotas entre 11 e 13 anos que precisam tomar novamente a vacina (a primeira dose foi aplicada em março) estão receosas. É o caso de Andressa Mota Simões, 13, moradora de Mauá. “Quando tomei a primeira, fiquei com muita dor de cabeça e no braço. Vi muitas meninas chorando e me assustou, então, fiquei tensa. Não pretendo tomar a segunda dose porque, além desses sintomas que tive, esse caso de Bertioga me assustou mais ainda.”
Para a mãe, Josi Simões, 33, o fato ocorrido no Litoral não despertou receio, mas ela acha que a vacina deveria ser aplicada mais adiante. “Entendo que ajuda na prevenção do câncer, mas haverá tempo para isso quando ela for mais velha.”
A tensão que Andressa vivenciou pode ser justamente a explicação para o que aconteceu em Bertioga. “Chamamos de reação de ansiedade após imunização, motivada por medo da dor que uma injeção pode causar”, explica a diretora técnica da divisão de imunização da Secretaria de Saúde do Estado, Helena Sato, que destaca: “É fundamental que a vacina seja aplicada nessa faixa etária, pois os títulos de anticorpos são maiores do que em idade mais avançada.”
O HPV é o principal causador de câncer de colo do útero. A presidente da Comissão de Revisão de Calendários da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, ressalta a importância e a segurança da vacina. “São mais de 180 milhões de doses aplicadas no mundo todo desde 2006. Coincidências acontecem e devem ser investigadas, mas, felizmente, a vacina contra o HPV se mantém segura e é recomendada para as nossas meninas.”
As secretarias de Saúde do Grande ABC esperam que os esforços de conscientização para a necessidade de complementar a imunização sejam positivos para o alcance da meta. Na primeira etapa da vacinação, do total de 62.209 adolescentes da região, 56.370 foram imunizadas. Até ontem, 2.603 meninas haviam tomado a segunda dose em Santo André e 1.916 em São Bernardo. Do dia 1º à quinta-feira, 116 injeções foram aplicadas em Ribeirão Pires.
Na cidade de Mauá, foram contabilizadas, até o dia 5, 104 garotas imunizadas e em Diadema, 787 (até o dia 10 de setembro). São Caetano começará a aplicação nas escolas na próxima semana e Rio Grande da Serra não enviou os dados.
As adolescentes deverão tomar ainda a terceira dose da vacina, cinco anos após a primeira. 




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