Economia Titulo Trabalho
Grande ABC amplia empregos pela primeira vez em 2014

Levantamento mostra saldo positivo
de 310 vagas em agosto; no ano de 2014

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
12/09/2014 | 07:20
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Marina Brandão/DGABC


O saldo de empregos formais, ou seja, a diferença entre contratações e demissões de trabalhadores com registro em carteira, ficou positivo em agosto no Grande ABC em 310 vagas, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados ontem pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Foi o primeiro mês neste ano em que os sete municípios registraram crescimento dos postos de trabalho. Isso se deveu à geração de emprego no comércio (1.021) e em serviços (856), enquanto o setor industrial voltou a reduzir sua base de trabalhadores, com 1.100 cortes no mês.

Na avaliação do coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio, a melhora no mês está longe de retirar motivos de preocupação. Para ele, a abertura de vagas no setor comercial deve ser vista mais como um ajuste, após eliminação de postos ao longo do ano. Nos oito primeiros meses de 2014, o segmento ainda contabiliza 563 posições a menos.

NO ACUMULADO - Apesar do desempenho positivo em agosto, a região tem saldo negativo de 2.336 vagas no acumulado do ano até o mês passado, o que se deve, principalmente, à eliminação de postos no setor industrial. As fabricantes cortaram, nesses oito meses, quase 10 mil empregos (9.801), o que foi compensado, apenas em parte, pela geração de posições em serviços (6.873) e na construção civil (984).

O desempenho da indústria preocupa, cita Maskio, já que esse é o segmento que tem maior renda média – na região, em dezembro de 2013, estava em R$ 3.675, o dobro do rendimento pago no comércio, de acordo com o levantamento da Rais (Relação de Informações Sociais), também do MTE. Por isso, a massa salarial (valor pago multiplicado pelo número de trabalhadores) das fábricas contribui para movimentar as outras atividades da economia, observa o especialista.

Esse cenário do setor industrial, segundo o professor de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Volney Gouveia ocorre, entre outros motivos, por causa de custos estruturais crescentes (como juros, insumos e encargos). Ele cita que o País tem assistido processo de desindustrialização, o que afeta o Grande ABC, por causa da vocação industrial da região.

PERSPECTIVAS - Os economistas divergem em relação às perspectivas para o emprego nas sete cidades até o fim do ano. Para Gouveia, a melhora do saldo em agosto é um bom sinal, já que o segundo semestre costuma ser melhor para a geração de vagas do que a primeira metade do ano.

O coordenador do Observatório Econômico da Metodista considera que a situação do emprego seguirá sem reação nos próximos meses, já que o setor automotivo passa por momento difícil e não se visualiza melhora. Isso porque os estoques do setor permanecem altos. Correspondem a 42 dias de vendas, pelo ritmo atual de comercialização, de acordo com dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos). “As empresas podem ficar paradas por mais de 30 dias que seguem vendendo”, diz Maskio.
 




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