A ministra do Orçamento e Planejamento, Miriam Belchior (PT), segue com vencimentos mensais maiores do que a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), mesmo depois de dois anos de reportagem veiculada pelo Diário apontando a disparidade salarial. A diferença chega a 136%.

Portal da Transparência da União indica que Miriam recebeu, em julho, R$ 46.889,68, dinheiro dividido entre a remuneração, verba indenizatória e jetons por participação em conselhos da BR Distribuidora e da Petrobras – ela obteve R$ 9.448,34 na BR Distribuidora e R$ 10.701,41 na Petrobras (os bônus somam R$ 19.701,41).

Jetons são valores pagos para participação de reuniões das empresas do governo. O pagamento extra já chegou a ser questionado na Justiça, mas sem definição jurídica.

Já Dilma ganhou, no mesmo período, R$ 19.850,31, já descontados IR (Imposto de Renda) e Previdência Social.

A chefe da Nação também recebe menos que o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho (PT), e do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Carvalho tem contracheque de R$ 32.322,15 (62,83% maior do que o vencimento de Dilma) e Mantega vê seu holerite com R$ 39.924,72 (101,13% acima do valor da presidente da República).

As remunerações de Carvalho e Mantega são turbinadas com jetons. Em julho, o petista recebeu R$ 12 mil apenas em bônus por integrar conselho do Sesc (Serviço Social do Comércio). O titular da Pasta da Fazenda obteve R$ 19.701,41 por participar de encontros da BR Distribuidora e Petrobras.

A Petrobras continua com pagamento de jetons mesmo sendo alvo de polêmica, com CPI no Congresso e prejuízo bilionário com a compra da Refinaria de Pasadena, na época em que Dilma, como ministra da Casa Civil, participava do conselho da BR Distribuidora.

O teto de salário a servidores públicos é estipulado com base no contracheque de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Hoje, cada um dos 11 integrantes da Suprema Corte do País ganha, por mês, R$ 29,4 mil.