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Lula: não acredite em quem faz apologia da não política
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28/08/2014 | 20:53
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva referiu-se nesta quinta-feira pela primeira vez à candidatura de sua ex-ministra e atual candidata pelo PSB à Presidência da República, Marina Silva, dizendo que os eleitores não devem acreditar em quem faz a apologia da não política. Sem citar o nome de Marina uma única vez, Lula partiu para o ataque: "É impossível governar fora da política, pois quem for eleito presidente da República tem que conversar com o Congresso Nacional. Não está na hora de negar a política."

As afirmações de Lula, feitas em cima de um carro de som, na cidade de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, em São Paulo, em ato de campanha de seu afilhado político e candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, são uma resposta a uma das principais bandeiras de campanha de Marina Silva, a apologia da não política.

A candidata que foi alçada à cabeça de chapa do PSB após a morte do governador Eduardo Campos vem ganhando a adesão do eleitorado justamente pelo discurso de que pretende romper com o que ela classifica de política tradicional. Além disso, Marina foi uma da poucas políticas que se beneficiaram dos movimentos de rua deflagrados em todo o País do ano passado, pelo fato de ter conseguido passar uma imagem de que não compactua com a atual política.

As críticas indiretas de Lula à sua antiga aliada foram feitas em um momento em que o PT e a assessores da presidente Dilma Rousseff se mobilizaram para rechaçar um vídeo divulgado na internet em que Lula pede voto para a candidata do PT ao Senado por Goiás, Marina Sant'Anna, mas que passou por montagem para dar a impressão que pede votos à Marina Silva. No palanque ao lado de Padilha, Lula fez questão de pedir votos à candidata à reeleição Dilma Rousseff, deixando claro sua preferência.

Discurso

No início de seu discurso de cerca de 20 minutos, Lula criticou duramente o governo do tucano Geraldo Alckmin, dizendo que pretende fazer com que os tucanos nunca mais governem o Estado e exemplificou com a crise hídrica. "Nós não culpamos o governo pela seca e sim pela falta de planejamento do governo. Os tucanos não fizeram uma obra sequer no Cantareira para resolver o problema da água", afirmou. Lula aproveitou também para criticar mais uma vez a imprensa. "Se fosse o PT que governasse São Paulo, a crise da água teria outro tratamento. A imprensa cairia em cima." Na mesma linha, ele afirmou que "a bandalheira e a corrupção no Metrô são tratados pela imprensa como cartel."

Ainda no discurso, Lula questionou as pesquisas de intenção de voto, onde Alckmin lidera a corrida, segundo o Ibope, dizendo que não sabe por que o povo reclama tanto e o Alckmin tem 50% nas pesquisas. "Tem alguma coisa errada (com as pesquisas)." Após a divulgação da última pesquisa Ibope, que mostra o não crescimento de Padilha mesmo depois do início do horário eleitoral, Lula esteve estrategicamente ao lado de seu afilhado político em um reduto eleitoral dos adversários. São José dos Campos foi governada durante 16 anos pelo PSDB e há um ano e meio está sob a gestão do PT.

Euforia

Ao chegar, ao lado Padilha e o presidente do PT estadual, Emídio de Souza, Lula foi recebido com euforia pelos militantes. No entanto, um grupo de pessoas que estava próximo, quando ele descia de um veículo para subir em outro, foi atingido por um ovo. Alguns funcionários comissionados da prefeitura foram dispensados e orientados a participar do ato.

Lula também voltou a defender a área econômica da gestão petista, que tem sido alvo de críticas dos adversários. Lula afirmou que antes de ele assumir o governo, em 2003, muitos economistas diziam que o Brasil não tinha jeito. "Era questão de honra provar que tínhamos competência", afirmou. "Controlamos a inflação e tenho orgulho de ter saído com a maior aprovação da história."

Como costuma fazer em seus discursos, Lula lembrou a criação do PT e destacou a importância do Brasil ter conseguido eleger um representante da classe trabalhadora. "Decidimos criar um partido para mostrar que um trabalhador poderia governar este País", disse.




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