Em vistoria realizada em canteiros de obras de drenagem na tarde de ontem, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), destacou que não pode garantir o fim das enchentes na área central da cidade e na região do Rudge Ramos, comuns durante o verão. De acordo com o chefe do Executivo, as intervenções, que têm recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal, serão responsáveis por amenizar os problemas, mas a exclusão dos transtornos “depende de Deus”.

“Estamos tomando providências para amenizar e praticamente solucionar o problema de enchente. Agora, ninguém em sã consciência na face da Terra é capaz de dizer que nunca mais haverá nenhum alagamento aqui porque isso depende da dimensão das chuvas, algo que só quem pode garantir é Deus. Nós não temos essa capacidade”, destacou o prefeito.

O discurso atual do petista difere da promessa apresentada em campanha publicitária que tem como estrela o ator global Henri Castelli. No vídeo, após pedir paciência à população por conta das obras, Castelli ressalta que, depois de pronta, a intervenção trará “mais conforto” para o munícipe e para a cidade “sem os antigos problemas das enchentes”.

Além disso, na data da assinatura do contrato com o Centro Seco, formado pelas empreiteiras OAS e a Serveng, responsável pela obra, em março de 2013, Marinho ressaltou o desejo de ter uma “cidade dos sonhos para os nossos netos.”

Marinho esteve acompanhado da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, nas visitas de ontem. Apesar de elogiar o ritmo das obras, a ministra assumiu que as intervenções são passíveis de atraso. “Vou repetir o que a presidenta (Dilma Rousseff – PT) disse: ‘só não atrasa obra quem não faz’. Ficamos 20 anos sem fazer grandes obras de infraestrutura no Brasil”, ressaltou Miriam. Marinho justificou que o projeto de execução de qualquer obra pode sofrer alterações eventuais não previstas.

A primeira intervenção visitada foi a construção do piscinão no Paço Municipal. Iniciada em dezembro de 2013, a obra está prevista para ser entregue no fim de 2016 – investimento de R$ 300 milhões. O equipamento terá capacidade de armazenar até 220 milhões de litros de água e será interligado com galerias construídas sob a Rua Jurubatuba e a Avenida Aldino Pinotti.

Em seguida, a comitiva seguiu para a estação elevatória da Vila Vivaldi, no Rudge Ramos. As intervenções começaram em fevereiro de 2013 e a previsão de entrega é junho de 2015. Estão previstas construção do piscinão Tanque das Mulatas, canalização de 635 metros do Córrego Ipiranga, execução de galeria na Avenida Winston Churchill, modernização da estação elevatória Vila Helena e Vila Vivaldi e construção das estações elevatórias Ipiranga e Jacquey.