Política Titulo Rumo a 2012
Candidaturas são
balão de ensaio

Diversos postulantes às Prefeituras da região ficarão pelo
caminho; objetivo é barganhar diante da condição sustentada

Por Fábio Martins
do Diário do Grande ABC
05/12/2011 | 07:34
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Faltando sete meses para o início das campanhas eleitorais, boa parte das 51 pré-candidaturas a prefeito no Grande ABC sequer passa de balão de ensaio. Postulantes à deriva, que atualmente garantem a empreitada, não estarão nas urnas em 2012, porém acentuam poder de barganha diante da condição sustentada. A iniciativa, em diversos casos, fica evidente com a ausência de adesão da cúpula estadual da legenda ou falta de potencial eleitoral para entrar na corrida majoritária.

A tendência é sentida pela queda significativa em relação ao ano que antecede o pleito até as convenções partidárias. Comum no meio político, em 2008, a estratégia ficou clara no Grande ABC: de mais de 40 pré-candidatos lançados em 2007, apenas 27 se tornaram nomes efetivos no páreo nas sete cidades. Cícero Firmino, o Martinha, e Ajan Marques, em Santo André, Edinho Montemor e Giba Marson, em São Bernardo, Gilson Menezes, em Diadema, Gilberto Costa, em São Caetano, e Rogério Santana e Silvar Silva Silveira, em Mauá, são exemplos de políticos que ficaram pelo caminho.

Curiosamente, Silvar, que recentemente se colocou como prefeiturável, anunciando que migraria para o PCdoB para ingressar na lista de candidatos, já desistiu - nem saiu do PV.

A cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos, avalia que a tática do balão de ensaio muitas vezes é para testar a capilaridade eleitoral. "Há candidatos que lançam projetos para negociar coligações para o Legislativo ou Executivo." A especialista salienta, entretanto, que, nesta época pré-eleitoral, a movimentação pode negativar a candidatura caso apareçam denúncias de corrupção. "É um risco, porque ela se expõe. Neste caso, a candidatura pode ruir antes mesmo de começar."

Para a professora da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Jacqueline Quaresemin, a pré-candidatura de Gabriel Chalita (PMDB) à Prefeitura de São Paulo é um exemplo devido à chance de aliança com o PT. Segundo ela, a manutenção do nome na corrida contribui na ampliação da negociação. "Levanta a bola. Com o fortalecimento, não vão negociar por baixo." Por outro lado, analisa que a estratégia realizada por partidos nanicos serve somente para barganhar. "Eles sabem que não têm chance nenhuma, mas necessitam de visibilidade para negociar para entrar na coligação."

Ligado ao movimento sindical, Martinha, em 2008, deu um passo atrás na candidatura do PDT e firmou aliança com o PT, sendo o vice na chapa derrotada encabeçada por Vanderlei Siraque. Ele afirma que o conglomerado de forças em apoio ao PT, detentor da máquina na oportunidade, foi determinante. "Naquele momento em que o PT era governo facilitou aglutinar forças. A tendência é essa. Sem contar que o PT nunca tinha aberto para vice de fora. Acabou afunilando e acertamos a parceria."

Secretário de Gestão Ambiental de São Bernardo, Giba Marson (PTB) sustenta que o PV - seu partido na ocasião - visualizou que o PT, do eleito Luiz Marinho, agregava mais condições de viabilidade. "Tinha possibilidade de êxito com maior segurança, por isso optamos pela parceria."

Giba avalia que legenda com potencial tem de se posicionar com antecedência. Ele justifica que a somatória representou ganho ao projeto verde. "Colocamos 43 itens no plano de governo do PT, que muitas estão se tornando realidade. A coligação foi programática, não só eleitoral."




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