Economia Titulo 1º semestre
Lançamentos de imóveis crescem, mas vendas têm queda no primeiro semestre

Região tem melhor desempenho que a Capital, por causa de preços menores e investimentos públicos em infraestrutura, aponta associação

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
20/08/2014 | 07:09
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Claudinei Plaza/DGABC


Após reação no segundo trimestre, quando houve significativa melhora em relação aos três meses iniciais de 2014, o mercado imobiliário da região fechou o primeiro semestre com crescimento de 18,5% no número de lançamentos na comparação com mesmo período de 2013, de acordo com dados de pesquisa da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC). Isso embora as vendas de imóveis ainda tenham registrado, de janeiro a junho, 16,7% de queda.

Segundo o diretor da Acigabc Marcus Santaguita, o Grande ABC tem se mantido atraente para as construtoras, entre outros motivos, pela migração de moradores da Capital em busca de preços menores de imóveis. Dados da Fipezap mostram que o metro quadrado custa em torno de R$ 5.000 por aqui e, na Capital, supera os R$ 8.000.

O diretor cita ainda que tem havido fortes investimentos públicos em infraestrutura, e as opções de comércio e serviços têm crescido, por exemplo, pelo aumento do número de shoppings nos últimos anos (hoje o Grande ABC soma nove deles, sendo que dois foram inaugurados no fim do ano passado).

Entre os números da pesquisa que apontam essa migração está o fato de que a retração das vendas na Capital foi bem maior (48,3%) que nos sete municípios. No entanto, para a diretora adjunta da regional do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de São Paulo), Rosana Carnevalli, o crescimento do número de lançamentos – que atingiu 2.568 unidades no semestre, de acordo com o estudo da associação – se deu também porque havia muitos projetos que estavam com o alvará perto de vencer, e as empresas correram para não perder o potencial construtivo do terreno.

Isso ocorre porque, nos últimos anos, as prefeituras da região reduziram o coeficiente de aproveitamento do solo (ou seja, em uma mesma área, o imóvel terá agora de ser menor do que antes), mas, as companhias aceleraram a entrada dos planos de empreendimentos nas administrações municipais antes das mudanças no Plano Diretor.

O principal destaque no semestre foram os lançamentos de dois dormitórios (57% do total), com média de preço de R$ 300 mil.

Também houve melhora nos estoques de imóveis à venda, que tiveram queda de 16% em relação a 31 de dezembro de 2013, quando somavam 3.503 unidades. No fim de junho, havia 3.503 apartamentos postos para comercialização. No entanto, esse número é 32,7% maior do que o observado (2.639) na mesma data do ano passado.

TENDÊNCIA - Santaguita tem perspectiva otimista para o fim do ano. Ele prevê que o segundo semestre deve ter 15% mais lançamentos no primeiro. Para ele, as incertezas geradas pelas eleições não devem atrapalhar. “O imóvel é um investimento seguro em época de instabilidade”, diz. Rosana, no entanto, avalia que o processo eleitoral deve afetar a procura, por causa da preocupação da população com os rumos da economia.
 




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