Van com cinco profissionais atende moradores de bairros afastados e em áreas de manancial
Santo André ganhou ontem o primeiro Caps (Centro de Atenção Psicossocial) itinerante da região. A van percorrerá bairros mais afastados da cidade e em áreas de manancial, como Paranapiacaba e Parque Andreense. O serviço conta com cinco profissionais, entre psicólogos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais, e tem como objetivo prestar atendimento e cuidados às pessoas com transtornos mentais e decorrentes do consumo de álcool ou drogas.
Segundo o secretário de Saúde Homero Nepomuceno Duarte, o projeto é financiado pela Prefeitura, mas o valor não foi divulgado. “O objetivo é ampliar o atendimento do Caps. Se for necessário, vamos até a casa de quem precisa.”
Conforme Duarte, o Ministério da Saúde está estudando o projeto para decidir se entrará com contrapartida. “Por enquanto, eles estão acompanhando para saber se isso deve virar regra. Em 1999, quando inauguramos as residências terapêuticas, também foi assim, e depois o projeto foi expandido para o País.”
Segundo a coordenadora da área de Saúde Mental no município, Maria Regina Tonin, as famílias que serão atendidas vão poder buscar orientação no serviço móvel. “Damos a orientação para tratamento, remédios ou até internação. O que queremos é que os moradores se identifiquem com projeto e passem a procurá-lo.”
O veículo já está circulando pelos bairros quinzenalmente desde maio. Apesar de inicialmente servir à comunidade de Paranapiacaba e Parque Andreense, atenderá outros locais afastados conforme a demanda.
Além da unidade móvel, a Prefeitura também reinaugurou ontem a residência terapêutica masculina do Parque das Nações. A unidade funcionava no bairro Bangu, porém, foi trocada por um imóvel com mais espaço e sem escadas.
De acordo com a coordenadora das residências terapêuticas de Santo André, Zélia Talentino da Silva, atualmente são oito internos no local. “Eles perderam o contato com as famílias e estavam em hospitais psiquiátricos. Aqui cada um tem sua individualidade. Eles recebem o Loas (Lei Orgânica de Assistência Social) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e compram suas roupas, além de depositarem o dinheiro na poupança.”
Um dos internos, de 43 anos, relatou que conseguiu encontrar a mãe após 15 anos. “Sempre dizia que queria passar o Dia das Mães com ela. Aí a Zélia falou para eu pôr a melhor roupa e a encontrou. Foi uma emoção grande.”
Atualmente a cidade conta com cinco residências terapêuticas, sendo duas masculinas, uma feminina e duas mistas. Em cada uma atuam oito cuidadores.
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