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América do Sul será foco de vendas automotivas

Anfavea estuda medidas de livre comércio com países vizinhos e do continente africano

18/08/2014 | 11:18
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Divulgação


O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan, afirmou nesta segunda-feira, 18, durante Workshop Planejamento Automotivo 2015, em São Paulo, que o setor está estudando com o governo federal medidas para aumentar as exportações de automóveis brasileiros. De acordo com ele, ainda em agosto alguns acordos de livre comércio poderão ser fechados pelo Brasil, primeiramente com países da América do Sul. Ele afirmou que, ainda este ano, outros acordos também devem ser fechados com países do continente africano.

Moan explicou que o setor automotivo está trabalhando com o governo para elaborar uma agenda de negociações comerciais já no segundo semestre de 2014. A primeira reunião, informou, deve acontecer com a Colômbia. Segundo ele, a ideia é aprofundar o acordo vigente, para aumentar a atual redução, de aproximadamente 50%, nas tarifas de exportação entre os dois países, que faz com que a tarifa de comércio entre eles fique em torno de 17%. Entre o final de setembro e o início de outubro, ele afirmou, o governo brasileiro deve se reunir com o México para tentar fechar um acordo.

"A ideia é que o setor privado esteja junto com o governo nessas negociações", afirmou em entrevista, após comandar workshop sobre a evolução da indústria automobilística brasileira. De acordo com ele, esses acordos envolverão vários setores e vai depender do governo federal a "intensidade" da participação do segmento automotivo. Especificamente no setor de máquinas agrícolas, Moan afirmou já estão "bastante encaminhadas" as conversas para um acordo do Brasil com a África. "Semana passada, o governo do Quênia esteve no Brasil", comentou, sem dar muitos detalhes sobre o acordo.

Durante a palestra, o presidente da Anfavea afirmou que o setor automobilístico chegou "ao fundo do poço" no primeiro semestre do ano, mas deve seguir em ritmo de recuperação a partir de agora. Entre outros motivos, porque o período é tradicionalmente melhor e pelo aumento de financiamentos com o BNDES, que apresentaram queda nos primeiros meses de 2014. Segundo ele, a perspectiva para o setor no segundo semestre deste ano é "muito melhor" do que no primeiro. "Em agosto não conseguiremos bons resultados, mas em setembro e outubro seremos melhores", afirmou.

Para 2014, Moan prevê fechamento em queda em torno de 5,4% nas vendas em relação a 2013. "Isso significa que, para alcançar esse resultado, teremos que crescer no segundo semestre sob o primeiro a uma taxa de dois dígitos", ponderou. Ele avaliou que o "choque de liquidez" na economia dado pelo Banco Central com a liberação dos compulsórios, mesmo que não direcionado ao setor, é "extremamente saudável" e deve contribuir para a melhora nas vendas. "Temos convicção de que a curva de retomada foi atingida e, sem dúvida, teremos 2015 melhor que 2014", afirmou, ponderando que o primeiro quadrimestre do próximo ano deve ser "complicado", em razão dos ajustes necessários que o novo governo terá de fazer.

Moan avaliou que, com a crise na Argentina, a exportação de veículos prontos brasileiros deve diminuir, mas a um ritmo muito menor do que a queda das vendas de automóveis argentinos. Ele fez questão de lembrar que, mesmo com os problemas no país vizinho, de janeiro a junho o setor automotivo brasileiro tem balança comercial com a Argentina com superávit, uma vez que exportou R$ 3,7 bilhões e importou R$ 3,6 bilhões. Em sua fala, ele defendeu também um novo programa de modernização das fábricas e renovação das máquinas industriais e um programa de incentivo a renovação da frota de caminhões. Segundo ele, é preciso implantar uma política automotiva, com projeções e regras para o setor até 2030.

O presidente da Anfavea avaliou ainda como positivo para o setor o anúncio de investimento de R$ 6,5 bilhões pela General Motors (GM) no Brasil até 2018. Para ele, esse anúncio em plena crise de confiança dos empresários significa que o setor montador acredita no mercado brasileiro. De acordo com ele, antes mesmo do anúncio da GM um levantamento da Anfavea contabilizava quase R$ 76 bilhões em investimentos do setor montador no Brasil até 2018. "Ninguém faz investimento desse tamanho se não acredita no potencial do mercado", afirmou.




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