Um homem aparentando problemas psicológicos efetuou dois disparos de arma de fogo dentro do 1º DP (Centro) de Mauá no início da tarde de ontem. Vanderlei Antonio Honorato, 32 anos, chegou à delegacia por volta de meio-dia, não disse nada e atirou para cima. Sem revidar os ataques, policiais de plantão conseguiram conduzir o atirador para fora do distrito, onde ele disparou três vezes para o alto.

Na rua, Honorato apontou o revólver calibre 32 de numeração raspada contra a própria cabeça e também ameaçou atirar contra os investigadores da Polícia Civil. Para evitar ferimentos por bala perdida, as pessoas que estavam no saguão principal foram levadas para o fundo da delegacia. Mesmo procedimento foi adotado por seguranças do prédio em frente, onde funciona posto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Os policiais conseguiram deter o rapaz após momento de distração do atirador, quando ele apontou a arma para baixo. A atuação equilibrada dos agentes evitou tragédia semelhante a que ocorreu em abril no 2º DP (Utinga) de Santo André. Na ocasião, o médico Ricardo Seiti Assanome, 28, foi atingido por tiro na cabeça dentro da delegacia depois de ter sido confundido com bandido.

Honorato será indiciado por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma. Ele não informou aos policiais a origem do revólver. Após a ocorrência, o atirador evitou falar sobre o assunto. Questionado pela equipe do Diário sobre os motivos que o levaram a efetuar os disparos, disse apenas “sei lá”. O morador do Jardim Zaíra, na mesma cidade, afirmou já ter sido preso por falta de pagamento de pensão alimentícia e negou ser usuário de drogas.

O preso não possui a mão esquerda. Ele perdeu o membro depois de uma tentativa de suicídio, quando se jogou nos trilhos dos trens enquanto uma composição se aproximava. Policiais do 1º DP iriam ouvir funcionários do INSS para saber se Honorato passou por lá antes da ocorrência e se o surto tem ligação com algum problema relativo à Previdência.