Política Titulo Guarulhos
CUT faz ato a Dilma e ‘esquece’ de Padilha

Entidade sindical formaliza apoio à presidente, sem abraçar campanha do ex-ministro ao Estado

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
01/08/2014 | 07:09
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Denis Maciel/DGABC


Em congresso realizado ontem, em Guarulhos, na Grande São Paulo, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) formalizou ato em apoio à campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e ‘esqueceu’ da figura do candidato petista ao governo do Estado, Alexandre Padilha. O banner de fundo do palanque fazia referência ao projeto partidário de renovação do mandato no Palácio do Planalto destacando somente a chefe da Nação ao lado do antecessor e principal cabo eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O material do evento sequer mencionava o ex-ministro da Saúde. Os discursos seguiram a linha, frisando “a importância” em manter o poder em Brasília para “evitar retrocesso”. O postulante ao Palácio dos Bandeirantes pouco foi citado na plenária. Nos bastidores, a campanha do petista não tem falado a mesma língua da candidatura presidencial.

O evento reuniu lideranças da legenda, como os presidentes nacional, Rui Falcão, e estadual, Emidio de Souza, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, além dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Relações Institucionais).

Padilha minimizou a situação ao justificar que a CUT está cumprindo papel de oficializar reivindicações à presidente, sem abordar o apoio. “Eu vim acompanhar o que será apresentado a Dilma”, disse, completando que, quando ministro do governo Lula, tinha proximidade com sindicatos.

No encontro havia aproximadamente 1.200 pessoas. A entidade sindical entregou documento que, teoricamente, vai integrar o programa de governo do PT. Na lista, está a reforma política por constituinte exclusiva. Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, a eleição coloca em jogo dois projetos antagônicos: “o que investe na distribuição de renda e outro das elites econômicas”.

Dilma usou o microfone para o discurso oficial, quando pregou por 38 minutos a respeito de avanços nos últimos 11 anos no País, relatando o período de sua administração e de seu padrinho político. O tom das declarações era na tentativa de acabar com pessimismo da economia. “O Brasil mudou de patamar. Agora o mundo passa pela maior crise financeira desde 1929. Estamos enfrentando, tomando medidas para ter condições de crescer (ao sair do aperto), com pleno emprego.”

Em 2010, Dilma teve o suporte de mais de 80% do setor. Nesta campanha, a petista perdeu a adesão de algumas centrais, como a Força Sindical, que majoritariamente apoia a campanha de Aécio Neves (PSDB).

Depois do encontro sindical, a presidente seguiu direto para a inauguração do Templo de Salomão, da Igreja Universal do Reino de Deus, no Brás. O lançamento aglomerou milhares de pessoas, entre eles, série de autoridades políticas. Mais informações na página 6 do caderno Setecidades

Marinho vira cabo eleitoral de candidatos

Coordenador da campanha da presidente Dilma Rousseff em São Paulo, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, compareceu ao evento da CUT ontem, no período da tarde, e demonstrou a postura de verdadeiro cabo eleitoral das candidaturas majoritárias do PT no Estado. Em detrimento das atividades públicas como chefe do Executivo, o petista estava no evento partidário como militante em apoio ao projeto de reeleição ao Palácio do Planalto. No passado, ele presidiu a entidade sindical.

Em um período de 20 dias, esse é o sétimo ato eleitoral com participação de Marinho. O petista esteve em caminhadas com Padilha por Santo André, São Bernardo e Mauá. Se deslocou à Capital para o pontapé inicial da campanha do candidato ao Estado, na Sé. Neste contexto, todos os eventos foram durante os dias de semana. O prefeito também compareceu na inauguração da empreitada de Luiz Fernando Teixeira (PT) à Assembleia Legislativa e na posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que teve contornos de campanha.

Marinho admitiu, recentemente, ter realizado pesquisa para avaliar chance de afastamento temporário – período de três meses – do cargo máximo do Paço e assim dedicar seu tempo a campanhas de aliados. Por outro lado, o petista considerou que não havia possibilidades jurídicas sem contabilizar problemas de Saúde ou férias. Diante do cenário, ele descartou tirar licença.

O prefeito não pode delegar o posto ao vice Frank Aguiar (PMDB), tendo em vista que o número dois da Prefeitura pleiteia vaga de deputado federal. Caso contrário, o cargo ficaria com o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT).  




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