Economia Titulo Na região
Desemprego é o
menor desde 1998

Taxa de junho atinge 9,7%; na contramão,
indústria metalmecânica fecha 16 mil vagas

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
31/07/2014 | 07:02
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Celso Luiz/DGABC


A região atingiu a menor taxa de desemprego para junho desde 1998, com 9,7% da PEA (População Economicamente Ativa), que representa as pessoas ocupadas ou que estão em busca de emprego – com mais de 10 anos.

No entanto, a indústria metalmecânica, cuja maioria é formada pelas autopeças, principalmente por pequenas e médias, correu contra a correnteza. Na comparação com maio, fechou 12 mil vagas. Na relação com junho de 2013, a redução foi de 16 mil empregos, totalizando 158 mil no setor.

As informações são da PED-ABC (Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região do ABC), publicada ontem, da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

A pesquisa leva em consideração entrevistas em domicílios na região. Em média, 20% dos trabalhadores listados estão empregados fora das sete cidades. Os resultados representam a média trimestral encerrada no fim de junho e considera empregos formais, sem registro em carteira e autônomos.

O técnico da Fundação Seade e coordenador da PED, Alexandre Loloian, destacou que a taxa de desemprego da região foi totalmente influenciada pela saída de pessoas do mercado de trabalho. Em junho, 27 mil moradores da região perderam o interesse em procurar emprego, ou seja, a PEA passou de 1,424 milhão de indivíduos em maio para 1,397 milhão em junho. “Uma das influências vem dos jovens”, avaliou Loloian. Isso porque, com o cenário econômico atual, e as notícias de que as empresas estão demitindo, dois fenômenos estariam ocorrendo. Um seria a insegurança de tentar uma vaga em um mercado fechado, a exemplo do que tem ocorrido com a indústria metalmecânica. Por outro lado, as famílias tentam deixar os filhos o máximo de tempo possível nos estudos para que tentem ingressar em companhias grandes e em vagas mais qualificadas.

Em relação ao mesmo mês de 2013, porém, a PEA conta com 22 mil pessoas a mais.

SETORES - A PED-ABC revelou que a região tinha 1,261 milhão de ocupados em junho, alta de 36 mil empregos frente ao mesmo mês do ano anterior. A indústria da transformação atingiu 308 mil, acréscimo de 5.000; o setor de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas chegou a 204 mil, com redução de 14 mil; e os serviços, a 663 mil, com acréscimo de 38 mil trabalhadores.

Os autônomos, que são aqueles empregadores com até um funcionário, no máximo, e que vendem ou prestam serviço para mais de uma empresa, chegaram a um efetivo de 197 mil pessoas, com expansão de 22 mil posições em junho, contra igual período do ano passado. O cenário de instabilidade estimula o aparecimento de trabalhadores por conta própria.

Os profissionais que prestam serviços a apenas uma empresa e são remunerados como PJ (Pessoa Jurídica) se enquadram na pesquisa como ocupados do setor privado sem carteira assinada. Neste caso, houve queda de 9.000 posições em junho contra igual período de 2013, passando a um contingente de 90 mil trabalhadores.

Por outro lado, entraram 11 mil profissionais com carteira assinada no mercado de trabalho, o que gerou total de 718 mil empregados, enquanto em junho de 2013 eram 707 mil.
 




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