Economia Titulo Salário
Piso salarial para
graduados desvaloriza

Nos últimos 9 anos, salário inicial passou de 2,88
vezes mais que os demais rendimentos para 2,09

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
28/07/2014 | 07:20
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Andréa Iseki/DGABC


A valorização dos pisos salariais para trabalhadores que completaram o Ensino Superior no País diminuiu nos últimos nove anos encerrados em 2013. Isto é o que revela a pesquisa Balanço dos Pisos Salariais Negociados em 2013, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

No fim do ano passado, o piso salarial médio dos trabalhadores com nível universitário era de R$ 1.795,20, ou seja, 2,09 vezes mais que o valor para aqueles que não possuíam o mesmo título. Profissionais sem graduação recebiam mínimo médio de R$ 857,13.

Porém, em 2005, quando teve início a série histórica do Dieese, o mercado de trabalho disponibilizava para os graduados piso salarial 2,88 vezes maior do que o valor dos demais. “O curso superior realmente puxa o salário para cima. Mas a diferença era muito maior antigamente”, diz o professor de Relações Trabalhistas e Sindicais, Gestão Recursos Humanos, Micro e Pequenas Empresas e Empreendedorismo da Universidade Metodista de São Paulo, Luiz Silvério Silva. Ele explicou que os pisos para quem concluiu o Ensino Superior se estabilizaram. Resultado tanto da massificação das faculdades, como também da valorização dos trabalhadores que realizam cursos técnicos e tecnólogos (de dois anos, por exemplo) demandados pelas empresas.

Para a região, não há um estudo sobre os pisos, mas segundo a Pesquisa Socioeconômica do Inpes/USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano), a renda média do trabalhador com nível universitário era de R$ 3.560, 2,26 vezes mais do que aqueles que não tinham.

“As diferenças de remuneração entre trabalhadores com baixa educação e com curso Superior são significativamente mais elevadas que as observadas para os pisos salariais. Por serem resultado de negociação coletiva, os pisos tendem se diferenciar menos. Enquanto os salários em geral expressam poder de barganha individual, tempo de trabalho, posição na hierarquia ocupacional, sexo, setor e política de remuneração das empresas, entre outros determinantes”, explica o professor especialista em Mercado de Trabalho Cláudio Salvadori Dedecca, do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Diploma de universidade é sinal verde para entrar no mercado

Para o professor especialista em Mercado de Trabalho Cláudio Salvadori Dedecca, do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a conclusão do Ensino Superior é uma vantagem ao trabalhador que busca emprego.

“Um diploma sempre se constitui em uma vantagem no processo de contratação, em especial quando o mercado de trabalho se encontra em situação desfavorável. Porém, não é garantia de remuneração elevada em geral. A vantagem na contratação de uma pessoa com diploma decorre da possibilidade de a empresa se apropriar de benefícios da educação com redução do custo de treinamento.”

Porém Dedecca avisa: “um bom diploma técnico ou tecnólogo pode valer mais que um de nível Superior de má qualidade. A formação técnica joga e continuará a jogar papel fundamental no processo produtivo das empresas.”  




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