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A3 Sportback 1.4, um hatch quase perfeito

Estrutura primorosa do A3 Sportback Attraction é traída por itens escassos e acabamento simples

Por Lukas Kenji
Do Diário do Grande ABC
09/07/2014 | 12:40
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André Henriques/DGABC


“Não to vendo nada demais nesse carro”. A frase da namorada soou aos ouvidos crentes por elogios como ofensa das mais chulas. Como não cair em deleite ao adentrar no A3 Sportback, de prontidão, vermelho, repleto de linhas elegantes e atrativas aos olhares femininos mais exigentes?

Começou ali uma enxurrada de argumentos do motorista, fervorosos como os de um senador sobre o palanque. “Olha a qualidade desses materiais. Veja a empunhadura do volante. Passe a mão sobre o painel”, sugeriu, certo de uma reação animada. “Ok. São muito bons, mas não tem nada tão requintado aqui”, respondeu a passageira.

Ela não deixa de ter razão. O empolgado condutor caiu em desânimo, vítima da sobriedade alemã que impera no interior do hatch da Audi. A falta de conectividade USB e bancos de couro descreditaram ainda mais o rapaz, de forma que ele resolveu apelar exaltando as qualidades do modelo 1.4, versão Attraction, ao convocar o consultor técnico da Audi, Lothar Werninghaus, para uma breve aula.

A começar pelo motor: “Tem injeção direta, sistema de bomba de combustível controlável e arrefecimento com válvulas eletrotérmicas para manter a temperatura aquecida. Ou seja, há pouco desperdício de energia”, explica o executivo. O resultado é um bloco compacto, que entrega 122 cv de potência e louváveis 20,3 mkgf de torque.

Ligeiro às ordens do pé direito, o A3 pode chegar aos 100 km em 9,2 segundos e à velocidade máxima de 203 km/h. Ponto positivo com a gata! 

Agradecimentos feitos ao câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas, inteligente e primoroso. Há até 10 programações no software, que gerencia o comportamento da transmissão de acordo com o modo de condução e tipo de cenário. Ao posicionar a manopla no modo ‘S’, esportivo, os escalonamentos acontecem a cada 2.600 rpm. Declives e uso das aletas também possuem programações específicas.

“Ar-condicionado, direção e suspensão também sofrem influência de acordo com o desejo do motorista. Há quatro modos de condução, que vão desde o comportamento agressivo ao mais econômico”, emenda Werninghaus.

Falando nisso, outro agrado à parceira ecologicamente correta está na dosagem de combustível. O passeio urbano garantiu níveis sempre superiores a 11 km/l. “Quem tem papel fundamental neste quesito é o sistema Start/Stop, que desliga o motor quando inoperante. Ele aumenta a economia do veículo em, pelo menos, 15%”, elucida o especialista.

 

A prosa ia bem encaminhada sobre o carro – que cresceu 5,8 centímetros em entre-eixos, dispondo agora de confortáveis 2,63 metros. O problema foi dizer que o possante de R$ 98,8 mil não vem com sensores de estacionamento, sistema de navegação e teto solar. 

No fim das contas, deu para sacar que a terceira geração do A3 é bastante superior em relação às anteriores em todos os aspectos. Houve primazia em toda a concepção estrutural do veículo, mas faltou um olhar mais carinhoso ao interior e à lista de itens de série.




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