Adversários na disputa pelo governo do Estado em outubro, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT) e o presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf (PMDB), poderão deixar de ser homenageados em Diadema. Presidente da Câmara, o vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), estuda revogar os títulos de cidadão diademense aprovados pela Casa mas que ainda não foram entregues aos homenageados.

Além da dupla, pelo menos mais oito nomes integram a lista de condecorações não retiradas. Segundo a assessoria da Casa, as homenagens não foram realizadas porque os autores das honrarias não reservaram datas para a entrega dos títulos. No caso de Padilha e Skaf, a extensa agenda na corrida eleitoral justifica as ausências.

Entre homenageados que ainda não receberam os títulos estão o ex-vereador Laércio Soares (PCdoB), atual interlocutor do governo Lauro Michels (PV) – título proposto pelo vereador Reinaldo Meira (PR)–, o parlamentar Zé Dourado (PSDB), homenageado pelo correligionário Atevaldo Leitão (PSDB), além de outros nomes.

Também figuram no quadro títulos propostos a artistas e pessoas sem ligações com o município, como o caso da honraria ao ex-boxeador Servílio Sebastião de Oliveira, proposta por Maninho. Recentemente, o petista emplacou título ao ex-presidente de Cuba Fidel Castro.

A LOM (Lei Orgânica do Município) prevê que títulos de cidadão diademense devem ser destinados a quem “reconhecidamente tenha prestado serviços ao município”. Mesmo assim, o dispositivo é utilizado massivamente pelos parlamentares como ferramenta eleitoral, como o caso das homenagens a Skaf e a Padilha. A primeira honraria foi idealizada pela vereadora Cida Ferreira (PMDB) e o segunda pelo petista Josa Queiroz.

O debate em torno das condecorações esquentou no Legislativo diademense quando Leitão propôs homenagear o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa, que esteve à frente do processo do Mensalão e decretou a prisão de petistas influentes. A bancada do PT, então, se movimentou para tentar barrar a homenagem, alegando que o magistrado não possui aproximação com o município. A manobra, no entanto, já teria sido abortada, já que a regra também poderia comprometer o título a Padilha.