Economia Titulo Emprego
Dois anos são suficientes
para avaliar carreira

Profissional deve sempre se manter
atualizado para o mercado de trabalho

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
06/07/2014 | 07:21
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Nario Barbosa/DGABC


Mesmo quando há a certeza sobre a carreira que foi escolhida, muitas vezes o profissional não sente segurança na empresa para a qual trabalha. De acordo com profissionais da área de Recursos Humanos, o tempo necessário para saber se a companhia atende aos seus propósitos é de, em média, dois anos.

Conforme explica o diretor de marketing da Page Group, grupo especializado em recrutamento de profissionais, Sérgio Sabino, neste período o funcionário já consegue saber se há possibilidade de crescimento.

“Dois anos é um tempo suficiente para ter uma perspectiva em relação à sua posição na companhia. A partir deste tempo, cabe buscar novos aprendizados e projetos. Tudo é um ciclo, talvez pode ser a hora da probabilidade de assumir uma unidade de negócios ou até mesmo repensar sua carreira”, disse.

Porém, a decisão de mudar de empresa deve realmente valer a pena. Até porque, isto vai fazer diferença na hora da contratação. “Não existe mais essa expressão ‘sujar a carteira’. Isso porque o que é negativo é se a pessoa começa a mudar muito de emprego mas permanece no mesmo cargo, por exemplo. Tem que realmente ficar claro que no processo de mudança houve enriquecimento salarial ou mudança de cargo”, orienta a professora de Recursos Humanos da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Valquíria Stafocher. Ou seja, precisa ficar claro na carteira de trabalho que a mudança foi de fato para melhor, seja no cargo ou na remuneração.

PESQUISA - De acordo com levantamento da Page Group, até mesmo os profissionais com mais de dez anos de experiência no mercado de trabalho manifestam vontade de trocar de emprego a cada dois anos. Dos 800 entrevistados, 92% são executivos que atuam em cargos de média e alta gerência e que têm a intenção de se movimentar nos próximos anos.

Esta rotatividade se justifica principalmente por três fatores: falta de oportunidade de crescimento, com 27%, desejo de trabalhar em uma empresa maior, com 14%, e vontade de atuar em uma nova área, com 13%.

Conforme esclarece Sabino, apesar de os profissionais manifestarem essas vontades, muitas vezes a mudança não chega a ser realizada. “Desejar não significa realizar. As pessoas mais velhas costumam ser mais cuidadosas e chegam até a negar uma primeira proposta, já que não podem se arriscar muito por causa de contas familiares, por exemplo. Esta é a grande diferença entre eles e os mais novos. O desejo é o mesmo, mas a cautela é totalmente diferente, já que o mais jovem não têm tantas preocupações com dívidas”, explica.

O profissional de mais idade também acaba enfrentando outra dificuldade em relação ao mais jovem: a capacitação. As empresas acabam preferindo os mais novos pela atualização em relação ao conhecimento utilizado no dia a dia. “A questão da informática, por exemplo, é mais precária para quem se formou faz tempo. O conhecimento hoje se deteriora, fica obsoleto muito rapidamente se a pessoa não estiver atualizada”, afirma a professora da USCS.

Por isso é sempre importante que o trabalhador se atualize por meio de cursos de idiomas, informática, pós-graduação e outras especializações na área. “O mercado tem absorvido profissionais mais experientes. Porém, o que recomendamos é que a pessoa não passe muitos anos sem uma capacitação”, orienta Sabino. 




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