Economia Titulo Vagas
Região fecha 1.621 empregos com carteira neste ano

Principal responsável é a indústria, que eliminou 6.351 postos
de trabalho formais nos primeiros cinco meses de 2014

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
25/06/2014 | 07:06
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Foram fechadas 1.621 vagas com carteira assinada no Grande ABC de janeiro a maio, de acordo com números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, divulgados ontem. Esse saldo (diferença entre contratações e demissões) negativo vem se acentuando mês a mês.

No primeiro bimestre, as empresas da região haviam cortado 275 postos de trabalho; no trimestre inicial de 2014, eliminado 567 e, no quadrimestre, somavam 620 demissões. A situação é bem diferente da observada no início de 2013. De janeiro a maio do ano passado, as sete cidades contabilizavam a abertura de 8.510 vagas.

A retração do emprego formal neste ano ocorre, sobretudo, por causa do setor industrial. Só em maio – quando houve a redução de 1.451 empregos –, as fabricantes diminuíram seus quadros em 2.272 postos. Os ramos de serviços ajudaram a evitar tombo maior do mercado de trabalho na região, ao gerarem 1.081 vagas no mês.

No acumulado do ano, as fabricantes já estão com 6.351 ocupações a menos, o que tem relação com a crise vivida pelo setor automotivo. “O grande trauma no emprego formal se deve ao comportamento da indústria ligada à área de transportes e sua cadeia de autopeças, que continua com processo de ajustamento do setor ao tamanho da demanda”, afirma o coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, o professor Sandro Maskio.

De janeiro a maio, as vendas de veículos novos no País encolheram 5,5% e, as exportações, 31,6%, o que fez com que as companhias do ramo passassem a adotar medidas para adequar os estoques e o quadro de pessoal à realidade do mercado por meio de PDVs (Programas de Demissão Voluntária), férias coletivas e licenças remuneradas.

Com forte concentração de empresas no ramo automotivo, o Grande ABC foi bastante afetado por esse cenário do segmento. No entanto, outras atividades também estão sentindo a crise, diz Norberto Perrela, vice-diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Santo André, que tem empresa fornecedora de peças para fogões. “É preocupante, vínhamos em nível bom de trabalho e neste mês tivemos queda de 30% (nas encomendas). Estamos tomando providências, dispensando e colocando em férias coletivas”, cita.

Perrela afirma ainda que a concorrência com a importação já vinha prejudicando a indústria nacional, mas, agora, há outros fatores que atrapalham: com alto endividamento e receio de perder o emprego, a população está adiando a troca do carro e também a compra de eletrodomésticos.

NO PAÍS - O saldo de vagas no País em maio foi o menor em 22 anos. Foram criados 58.836 postos no mês passado, o que só supera o saldo de 21.533 empregos com carteira assinada de maio de 1992, quando o presidente da República era Fernando Collor. Em abril, o Caged já havia registrado o pior desempenho em 15 anos, com saldo positivo de 105.384 contratações.

Também em âmbito nacional, o setor da indústria de transformação foi o responsável pela maior quantidade de demissões líquidas em maio. No setor, os desligamentos superaram as admissões em 28.533 vagas.  




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