Dona de voz inconfundível e um dos nomes mais importantes da música brasileira, Elza Soares, com seus cabelos cacheados e muita energia, faz show na região. Ela se apresenta no palco do teatro do Sesc Santo André na sexta, às 21h, e sábado, a partir das 20h. As entradas custam de R$ 6 a R$ 30 e podem ser compradas nas bilheterias ou pelo site IngressoSesc (www.sescsp.org.br).

Despida de banda ou de qualquer formato tradicional, a veterana artista traz ao Grande ABC o espetáculo A Voz e a Máquina. De orgânico, o show tem a voz de Elza, que é acompanhada por diversas ferramentas eletrônicas, como tablets, teclados e pads, tudo responsabilidade dos DJs Ricardo Muralha e Bruno Queiroz, em mistura de samba com drum & bass, house e techno.

“Me sinto uma ‘baby’, totalmente à vontade para cantar com essas ferramentas eletrônicas”, diz Elza, em entrevista ao Diário. Ela conta que a ideia do show com esse formato surgiu pois “queria experimentar minha voz com a máquina, para saber se ela é realmente possante”, brinca a cantora. Ela afirma que, antes desse show, já vinha trabalhando em um projeto de voz e máquinas. “Eu fazia o timbre da máquina com minha voz”, explica.

Animada e brincalhona, a artista de 76 anos, cujo primeiro single foi lançado nos anos 1950, se recupera de uma cirurgia na coluna, exibe vivacidade e revela que ‘o tempo’ e ela sempre batem “altos papos”. “A gente conversa muito, sabe.” Talvez seja esse o motivo de tanta juventude. “Eu estou junto com a moçada”, diz ela, que afirma dormir ao som do trompetista Chet Baker e que também conhece o trabalho de gente nova como o cantor Criolo. Ela explica que, nesse show, interage com público jovem. “Vamos criando público e mostrando compositores como Zé Keti.”

É de Zé Keti, inclusive, uma das canções que integram o espetáculo. O repertório é ilustrado ainda por temas de nomes como Cazuza, que tem a faixa Brasil interpretada pela artista. De Chico Buarque ela pincela Cálice. Chega de Saudade, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, não fica de fora. Caetano Veloso e Vander Lee também listam no programa. “Eu canto isso tudo com muita vontade. Esse show é realmente atrevido, é forte”, explica.

Elza também roda com outro espetáculo, em que celebra o centenário do compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues. Marchinhas de Carnaval e sambas-canção são o carro-chefe. “Eu canto e choro. É tudo muito bonito”, diz. Esse show chega a São Paulo, no Sesc Santana, nos dias 10, 11 e 12 de julho, às 21h.

Elza Soares – Show. Sexta, às 21h; sábado, às 20h. No Sesc Santo André – Rua Tamarutaca, 302. Tel.: 4469-1200. Ingr.: R$ 6 a R$ 30.