Política Titulo Novo sistema?
CPI apontará necessidade
de mudança na Craisa

Relatório sinalizará que modelo atual é falido
e deficitário; análise sugere estudo de concessão

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
03/05/2014 | 07:09
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André Henriques/DGABC


Relatório da CPI da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), próximo de ser finalizado na Câmara, apontará necessidade de se alterar modelo de administração na autarquia, considerado arcaico e deficitário. O presidente da comissão, José Montoro Filho, o Montorinho (PT), frisou que o documento deve ser concluído no fim de junho e sinalizar a falência do atual sistema, sugerindo estudo sobre concessão do espaço. “Prova disso é que a dívida sobe a cada ano, independentemente do governo”, disse o petista.

O passivo hoje gira em torno de R$ 20 milhões, com débitos trabalhistas e de impostos. Montorinho disse que a auditoria da FGV (Fundação Getulio Vargas), contratada pela Craisa, advertiu por esse quadro desfavorável nas contas públicas. Segundo o parlamentar, a gestão da autarquia precisa debruçar com a cúpula do governo Carlos Grana (PT) para traçar proposta. “O modelo tem de ser revisto, se analisar uma nova opção, alternativa a esse sistema falido. O levantamento da entidade sugeriu isso. É necessário adotar providências.”

O Orçamento da Craisa está estimado em aproximadamente R$ 72 milhões. A folha de pagamento até o ano passado era de R$ 1,2 milhão por mês – a autarquia conta com 670 funcionários. A Câmara, recentemente, aprovou uma dotação de R$ 5 milhões da Prefeitura para tentar diminuir o buraco financeiro da autarquia. O Paço possui dívida, por exemplo, de merenda escolar e restaurante. Mesmo diante do repasse, o governo ainda deve para a empresa municipal praticamente o valor da primeira subvenção realizada por Grana.

O relator da CPI, vereador Ailton Lima (Solidariedade), corrobora com a postura de Montorinho, confirmando que o documento destacará amplamente o problema. Para o solidarista, integrante da bancada de oposição, é imperativo que a Craisa se modernize, porém pondera que não há um rumo concreto para o caso. “Não quero nada prematuro. Parte da solução teria de ser constatada por equipe técnica. O relatório pode indicar que o Legislativo ou a Prefeitura contrate empresa particular para fazer auditoria, que aconselharia saída.”

Quando contratada por R$ 220 mil, a FGV examinou procedimentos administrativos, contábeis e financeiros. O termo de convênio assinado, à época, tem validação por 12 meses. Portanto, o contrato ainda está em vigência. A análise da instituição desengavetou outro rombo: dívida na autarquia que se arrasta desde a gestão do prefeito Celso Daniel (PT), morto em 2002. O petista deixou débito da ordem de R$ 13,8 milhões – situação em trâmite na Justiça. Se somado ao passivo consolidado, o montante chega a R$ 34 milhões.

O secretário de Relações Institucionais, Tiago Nogueira (PT), sustentou que há de se pensar no papel social do espaço. Isso porque, na concepção da direção, a Craisa possui finalidade apenas social e não foi criada para obter lucro. “A autarquia não tem modelo para ser rentável. Poderíamos ampliar o caráter, como já estamos propondo com o projeto de implantação de centro de convenções (nas dependências da empresa). Temos de discutir com calma. Não iremos tomar nenhuma atitude precipitada.”




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