Economia Titulo Consumo
Dia das Mães vai movimentar R$ 131 mi

Projeção representa aumento real de 8%
e tem como base expansão da renda do trabalho

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
23/04/2014 | 07:05
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O Grande ABC vai movimentar R$ 131 milhões em presentes e lembranças para o Dia das Mães neste ano. O montante representa alta superior à inflação de, aproximadamente, 8% em relação à data em 2013.

O aumento real da renda do trabalho, que tem ocorrido nos últimos meses, é o fato-chave que explica essa expansão. Como consequência positiva, houve migração de parte das famílias de menor renda para os grupos dos mais abastados. E o gasto médio por morador da região com presentes às mães será de R$ 244, cerca de 9% mais que no ano passado. Para cada mimo, os consumidores querem gastar R$ 166, aumento superior à inflação de 14,4%.

As projeções fazem parte da PIC (Pesquisa de Intenção de Compra) Dia das Mães, realizada em parceria do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo com as sete associações comerciais do Grande ABC.

Coordenador do Observatório Econômico e do estudo, o professor de Economia Sandro Maskio disse que o resultado é surpreendente, tendo em vista que o endividamento das famílias está crescendo, existe desaceleração no avanço do saldo de crédito da região, que também está mais caro, e a inadimplência não dá sinais significativos de retração.

O estoque de crédito nas sete cidades cresceu 5% em 2013, contra 19% no ano anterior, segundo dados do BC (Banco Central). As famílias brasileiras (não há dado regional) atingiram endividamento de 45,49% sobre a renda em dezembro, maior patamar, conforme o BC, da série histórica iniciada em 2005. Os juros às pessoas físicas também subiram, de 5,82% ao mês para 5,86%, segundo último levantamento da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), referente a março.

“O aumento real da remuneração do trabalho, aliado à manutenção da taxa de desemprego, impulsionou a melhora da renda das famílias. Essa seria a principal explicação para o avanço na pretensão de consumo”, observou Maskio.

De acordo com a PED-ABC (Pesquisa de Emprego e Desemprego do Grande ABC), da Fundação Seade em parceria com o Dieese, o rendimento real médio dos ocupados na região em janeiro, último dado disponível, subiu 2,9% além da inflação, em relação ao mesmo mês do ano anterior.

O grupo das famílias com renda de até cinco salários-mínimos (R$ 3.620) caiu de 72,5%, em 2013, para 58,9% neste ano. Já os domicílios com remuneração superior a essa margem passaram de 27,5% para 41,28%.

Com isso, destacou Maskio, a tendência é de maior utilização de meios eletrônicos. Neste ano, 61,5% dos entrevistados pretendem pagar os presentes com cartões, sejam de crédito ou débito, contra 52,8% em 2013. Por outro lado, 34,7% vão pagar com dinheiro. No ano passado eram 43,8%.  




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