Cultura & Lazer Titulo Projeto Novos Realizadores
Explorando a
obra de um cineasta

Realizador independente de Diadema
abre projetono Centro Cultural Serraria

Por Luís Felipe Soares
23/04/2014 | 07:05
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Claudinei Plaza/DGABC


A história de Marcelo Felipe Sampaio tem Diadema como seu pano de fundo. O cineasta morou na cidade por três décadas e fez dela sua maior fonte de inspiração. “Toda a referência que tenho vem do município, seus casos e personagens. São coisas com as quais convivi lá que serviram de base para meus filmes”, explica o hoje habitante de São Bernardo. “Acabei perdendo muitas coisas legais quando deixei minha antiga casa. Aqui (no bairro Rudge Ramos) não há tanta agitação. Diadema tem uma coisa diferente de as pessoas se comunicarem a toda hora e as histórias iam surgindo naturalmente.”

Sua trajetória profissional será homenageada no fim de semana, quando o Centro Cultural Serraria (Rua Guarani, 790. Tel.: 4056-4950), de Diadema, realiza a primeira edição do Projeto Novos Realizadores, cujo objetivo é abrir espaço para talentos audiovisuais da cidade e do Grande ABC. “Queremos dar visibilidade para produtores que acabam restritos a festivais e mostras e não conseguem chegar às grandes salas. É a oportunidade de as pessoas terem acesso a esses realizadores independentes que muitos não sabem que existem”, diz Francisco Glauter, coordenador do local. A carreira de Sampaio ganha atenção no sábado, a partir das 19h30. O programa, com entrada franca, está agendado para ocorrer sempre no último sábado de cada mês.

Aos 40 anos, o cineasta tem desenvolvido filmes desde o início da última década. Ele tem conciliado os trabalhos como montador para campanhas publicitárias com o desenvolvimento de curtas-metragens documentais. No currículo estão os títulos ''Desabafo Coletivo'' (2003) e ''Pixote 30 Anos Depois...'' (2011). Seu maior destaque é o ''fic-doc'' ''O Guardado'' (2011), o qual assina ao lado do amigo Paulo Alvarenga e aborda evento sobrenatural vivido pelo codiretor que inicia viagem entre Diadema e Mato Grosso do Sul, com referências à Guerra do Paraguai. A obra passou por festivais na Argentina, Estados Unidos e Canadá. Todos os filmes são atrações no sábado à noite.

“O documentário é a minha grande pegada. Ele tem um lado mais cru e importância fundamental para o cinema em geral. Quanto mais gente fizer, mais vamos sabendo das coisas”, analisa. “Claro que não deixa de ser uma ficção. Quando você pega um certo pedaço da realidade, você transforma na sua visão e vira uma realidade ficcional.”

Entre as exibições, Sampaio irá comentar sobre as obras e recordar momentos de sua trajetória. “O bate-papo sempre é legal e produtivo. Sou daqueles que aprendem mais do que ensinam nessas situações. A curiosidade das pessoas é enorme. O projeto é interessante, pois talvez podemos servir de referência para uma futura geração de cineastas.”




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