Política Titulo De Olho
Odebrecht se interessa por PPP da Sama

Multinacional que já controla tratamento de esgoto é a primeira a confirmar participação de concessão em Mauá

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
20/04/2014 | 07:01
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Orlando Filho/DGABC


A Odebrecht S/A foi a primeira empresa a manifestar formalmente interesse na PPP (Parceria Público-Privada) anunciada há duas semanas pelo prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), para gestão do abastecimento de água no município, num processo de concessão das atividades da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá).

A multinacional já comanda a administração no tratamento de esgoto, por meio da Foz do Brasil – a transferência desse serviço foi efetuada em 2008, no governo de Leonel Damo (PMDB, de 2005 a 2008), após a empresa comprar a Ecosama (Empresa Concessionária de Saneamento de Mauá). À época, o negócio foi fechado por R$ 20 milhões e a Foz se comprometeria a investir R$ 100 milhões em obras de saneamento básico.

O interesse da Odebrecht foi externado quando Donisete anunciou abertura do PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse), no dia 11. Ela tem 60 dias para entregar proposta com estudos de viabilidade econômica, jurídica e do modelo ideal de gestão para abastecimento de água. O PMI segue aberto até junho e outras empresas podem aderir ao processo.

Segundo a Prefeitura, a intenção da concessão é solucionar problemas recorrentes na rede de abastecimento de água. Ligações clandestinas e vazamentos resultam na perda de 35% de água que fica sem ser contabilizada, ainda conforme dados do Paço.

A melhor proposta será responsável pela PPP que colocará em prática o Sanear, o plano de diretrizes de investimentos de até R$ 135 milhões em saneamento e distribuição de água para os próximos 30 anos. Donisete disse que ainda não tem definição para o formato de funcionamento da Sama depois que o acordo for firmado. A única garantia é de que irá manter o cargo dos 95 servidores concursados na autarquia.

FUTURO POLÍTICO

A indefinição sobre o futuro da Sama preocupa principalmente o clã Jacomussi, que fechou apoio político com o petista no segundo turno da eleição de 2012 com a garantia de que teria o controle da autarquia até 2016.

Utilizada como trampolim para políticos, a Sama serviria para impulsionar seu ex-superintendente Atila Jacomussi (PCdoB) na corrida por cadeira à Assembleia Legislativa e também fortalecer o vereador Admir Jacomussi (PRP) na disputa pela vice de Donisete em 2016.

Hoje a autarquia é comandada por Paulo Sérgio Pereira, presidente municipal do PRP, de maneira interina, pois Atila teve de se desligar para concorrer ao cargo público.

A vaga virou moeda de troca eleitoral desde 2008, quando Oswaldo Dias (PT) entregou o comando da Sama ao então terceiro colocado no pleito Diniz Lopes (PR).

Empresa também está envolvida na construção de ETA de Santo André

Além de manifestar interesse na PPP (Parceria Público-Privada) de concessão dos serviços da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), a Odebrecht S/A está de olho na construção da ETA (Estação de Tratamento de Água) do Parque do Pedroso, em Santo André. O investimento está estimado em R$ 89 milhões – valor requisitado ao governo federal.

Por meio da Foz do Brasil, a multinacional apresentou projeto para consolidação do equipamento, etapa preliminar à abertura do edital para a obra. A licitação deve ser aberta até o fim de maio, segundo projeção do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André).

A proposta de construção da ETA do Parque do Pedroso prevê aumentar de 6% (número atual) para 25% a capacidade própria de abastecimento de água da cidade, reduzindo a dependência da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).




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