Diarinho Titulo Páscoa
Passeio pela
fábrica de chocolate

Visitantes veem de pertinho o que rola
na fábrica de chocolates de São Caetano

Caroline Garcia
Do Diário do Grande ABC
20/04/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Um mundo recheado de guloseimas ao alcance dos olhos e das mãos estava só a uma porta de distância. Pouco antes de começar o passeio na Pan, fábrica de chocolates que fica em São Caetano, os visitantes descobrem curiosidades sobre a origem da guloseima da qual os ovos de Páscoa são feitos.

“Já sabia que vinha do cacau. Antes de aprender na escola, minha mãe tinha mostrado na internet. No 2º ano, a professora tinha o apelido de Cacau. Ela também ensinou o que era”, diz Ana Beatriz Moreno Balestra, 9 anos, do Colégio Pedroso Objetivo, de São Paulo.

Para andar por áreas da fábrica, todos tiveram de colocar toquinhas. Assim, não tinha o risco de os fios de cabelo caírem nas máquinas. A turma recebeu a orientação de deixar as mãos para trás, pois ninguém podia colocá-las nos doces e equipamentos.

Se após a fabricação as guloseimas estão sem o formato certo (fora do padrão de qualidade), são separadas e colocadas de volta nas máquinas, passando por todas as etapas novamente. As moedinhas de chocolate, por exemplo, levam cinco minutos para ficarem prontas.

Mesmo em meio a tantas coisas curiosas, Enzo Cantarini Cruz, 8, do Colégio Habitat, de Santo André, garante que não é tão fã de doces. “Gostei de saber como funciona o processo (de fabricação). Não gosto muito de chocolate, mas precisa ter ovo de Páscoa.”

Pela segunda ocasião, Selena Leite Mazziero Fiúza, 8, visitou a fábrica. “Na primeira vez, não estava perto da Páscoa. Tem mais chocolate agora.” A menina, de São Paulo, também não abre mão da visita do coelho. “Os ovos ficam escondidos pela casa, e eu preciso achar. O do ano passado estava dentro da minha mochila.”

A festa também ocorre na casa de Bianca Chaves Angare Pedrozo, 8, de São Paulo. “A família do meu pai é grande. Então, todo mundo se junta e a gente ganha bastante chocolate.”

Grupos podem agendar visitas à Pan pelos telefones: 2335-2233 e 98331-7727. Ingresso: R$ 28.

Tem limite para comer chocolate

Comer muito chocolate faz mal. Por isso, é importante tomar cuidado para não exagerar na Páscoa. Abrir o ovo é bem legal, mas não pode comer tudo de uma vez. Recomenda-se ingerir, no máximo, uma barrinha pequena ou dois bombons por dia, o que representa 30 g.

Quem é bem novinho não deve provar muito doce. O ideal é que a gente evite comer chocolate antes dos 2 anos. Mas, depois dessa idade, não vale exagerar. Na infância, o paladar e os hábitos alimentares estão em formação. Se a guloseima se torna refeição comum, podemos nos acostumar com o sabor e não querer mais nada saudável.

Comer chocolate à noite pode atrapalhar o sono. Isso porque a cafeína e teobromina (substâncias do doce) e também o teor do cacau deixam o corpo acordado.

DIABETES - Quem tem diabetes pode ingerir ovo de Páscoa nas versões diet ou zero açúcar. O consumo do chocolate também precisa ser controlado e não pode ocorrer fora dos horários das refeições.

Por que o coelho virou símbolo?

Se o coelho é mamífero e não bota ovo, por que é símbolo da Páscoa? O animal foi escolhido porque a fêmea tem muitos filhotes. Assim, passou a representar a fertilidade. E a Páscoa, na crença cristã, comemora a ressurreição de Jesus Cristo, que simboliza a renovação da vida. 

Assim como o animal, o ovo também entrou na história por representar o princípio de uma vida. 

Na Antiguidade, as pessoas trocavam ovos de galinha coloridos e enfeitados, principalmente para celebrar a chegada da primavera (que no Hemisfério Norte acontece na mesma época da Páscoa).

No Brasil, o costume de trocar ovos com os familiares começou na região Sul, trazido por imigrantes europeus.

Guloseima surgiu na América

O cacau é fruto típico da América Latina. Muito antes de ser levado para a Europa pelos colonizadores, no século 14, as civilizações asteca e inca já consideravam o chocolate como o alimento dos deuses. Era bebida amarga e gelada que dava energia para os guerreiros.

Quando os exploradores levaram a iguaria para a Europa, os cozinheiros experimentaram várias receitas até que acrescentaram açúcar, canela e baunilha e deixaram o chocolate com o gosto parecido com o que tem hoje.

Acredita-se que o ovo feito do doce tenha surgido depois do século 18, produzido pelos franceses. Isso porque, na época, o consumo de carne e ovos foi proibido durante a Quaresma (período de 40 dias que começa depois do Carnaval e antecede a Páscoa).

Saiba mais

Na esteira, as balas de chocolate que estão dentro do padrão de qualidade são selecionadas e encaminhadas para a seção de embalagem.

Todos os chocolates passam pela seção de embalagem. Muitos deles são colocados manualmente pelos funcionários nas caixinhas. 

Os ovos de Páscoa vão para a balança assim que ficam prontos. Desse modo, os funcionários descobrem se têm o peso certo.

Teatro de fantoches é exibido aos visitantes antes de o passeio pela fábrica começar. A apresentação conta a história do chocolate.

Consultoria de Tarsia Tormena, nutricionista especialista em Adolescência e mestre em Educação e Saúde pela Unifesp, e Tércio Siqueira, professor da Faculdade de Teologia da Universidade Metodista.




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