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Conte 1 conto: Velha Infância
Do Diário do Grande ABC
20/04/2014 | 07:00
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Arquivo Pessoal


O texto abaixo é de Maria Luiza Ferreira do Prado Martins, 15 anos. Ela estuda na E E Professora Neusa Figueiredo Marçal, em São Bernardo. É comunicativa e adora livros. Quer muito conhecer o mundo para tornar-se ótima jornalista.

VELHA INFÂNCIA

Certo dia, estava sentada embaixo de uma macieira lendo um livro que narrava contos de Narizinho e, então, me vi a vagar por memórias de minha infância. Trata-se de um tempo não muito distante, em que crianças não se preocupavam em ter algo moderno. Tempo em que crianças eram apenas crianças, brincando pelas ruas de seus bairros, correndo e pulando, atazanando vizinhos para que pegassem bola ou pipa caídas no quintal e telhado. Um tempo em que todos éramos cúmplices de artimanhas não descobertas por nossos pais, unidos por amizade verdadeira, sem maldade nem interesse.

Sinto saudade daquela época, das brincadeiras, das festas. Lembro-me de um halloween em um dia chuvoso em que, pela primeira vez, alguém preferiu as travessuras ao doce. Naquele momento não sabia o que fazer, então, ao contrário de meus colegas, sorri por entre os cílios e de um jeito meigo aceitei de bom grado a notícia de que aquele vizinho infortunado não teria doce para me dar. Dei boa noite, agradeci e parti. Horas depois, ouvi a campainha tocar. Minha mãe foi atender a porta e não é que era aquele vizinho das travessuras? Confesso que fiquei surpresa e feliz ao deparar-me com uma barra de chocolate de meu sabor favorito.

Hoje as crianças não sabem como é bom brincar na rua, dançar na chuva ou pedir doces. Não sabem os prazeres de ter uma boa infância. Hoje as crianças vivem para a era tecnológica, um tempo bom de sua maneira que vivencio, mas confesso que sinto falta de sentar-me na calçada para prosear com meus amigos. Sinto falta até das broncas da minha mãe por voltar tarde para casa. Sinto falta de tantas coisas que se foram com o tempo e não voltarão.

Um dia espero contar aos meus netos as minhas aventuras de menina. Espero que possam admirar-se com as histórias e que contem para os netos deles. Assim tudo virará conto, fábula passada de geração para geração, para que todos saibam o que um dia foi ser criança. 

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