Os jogadores da Portuguesa causaram rebuliço no futebol nacional após promover greve por causa do atraso de salários, que já durava dois meses. Antes do treino de quarta-feira, os atletas cruzaram os braços e avisaram à diretoria que só retomariam as atividades caso os vencimentos fossem depositados até ontem pela manhã. Ontem à tarde, os atletas retomaram os trabalhos após o presidente eleito Ilídio Lico – que vai assumir oficialmente o cargo no dia 2 de janeiro – confirmar vaquinha e garantir o pagamento.

A situação inusitada de quarta-feira deixou os dirigentes perplexos. Antes do acordo verbal para o pagamento dos salários, o clima era de nervosismo entre os atletas. “Antes do treino, vamos olhar o extrato bancário de todos os jogadores. Se alguém não tiver recebido, não vamos treinar de novo. Só alguns atletas receberam os meses de agosto e setembro. Não pagaram vários companheiros, como os que estão no departamento médico”, contava o goleiro Lauro.

O meia Souza revelou a situação da Lusa. “Só os atletas que estavam indo para os jogos foram pagos. Os que estão no departamento médico, não. Estamos brigando por melhoria no clube. Não podemos deixar que uma coisa seja repetida todo ano. Ninguém está vendo para onde o futebol está indo e onde o Bom-Senso quer chegar”, dizia.

“O grande problema era o presidente (Manoel da Lupa). Ele recebia dinheiro de patrocinadores e não repassava aos atletas. Ele não pagava os direitos de imagem e salários mesmo com dinheiro no caixa do clube”, destacava Souza.

Após o retorno dos atletas às atividades, Lico disse que tudo estará acertado até amanhã. “Eu garanti que vou pagar eles até sábado (amanhã). Todo o dinheiro está aqui e vai ser pago aos jogadores. É dinheiro meu e de outras pessoas. Os salários vão ficar em dia”, afirmou.