Os consumidores estão mais cautelosos em relação aos seus orçamentos e vão gastar menos, neste ano, por cada um dos presentes de Natal. O desembolso médio será de R$ 159,39, queda real de 5% em relação aos gastos do mesmo período no ano passado.

Também mudou uma das principais características de consumo da região. A maioria deixou de lado a intenção de pagamento em dinheiro dos presentes para utilizar o cartão de crédito. Em três anos, é a primeira vez que esse cenário se forma para as compras de Natal.

As informações foram divulgadas ontem, pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, por meio da PIC (Pesquisa de Intenção de Compra) Natal de 2013.

“Os consumidores estão mais precavidos. Muito por causa do alto índice de endividamento das famílias e também pela inadimplência que alguns têm enfrentado. Mesmo pensando em fazer as compras com cartão de crédito, neste ano vão gastar menos com presentes e serão mais cautelosos na liquidação das parcelas”, analisou o coordenador do observatório e professor de Economia da Metodista, Sandro Maskio.

Segundo a projeção apresentada na pesquisa, a região gastará com presentes de Natal R$ 315 milhões neste ano. Sem considerar a inflação, o montante é 3% maior do que o desembolsado em 2012, quando foram gastos R$ 307 milhões.

Maskio explicou que o preço médio do presente teve retração, principalmente, porque a maioria dos consumidores da região, que possuem renda familiar entre três (R$ 2.034) e dez salários-mínimos (R$ 6.780), diminuiu sua intenção de gasto médio por produto em relação a 2012. Somente esse grupo representa 52% do universo da pesquisa, que conta com 1.000 entrevistas que refletem, com margem de erro de 3% e grau de confiança de 95%, o perfil dos cerca de 2,5 milhões de moradores do Grande ABC.

Em relação à forma de pagamento, 38,1% garantiram que farão as compras por meio do cartão de crédito. Outros 31,9% afirmaram que vão pagar em dinheiro. E 26,9% responderam que preferem o plástico na versão débito para adquirir os mimos.

PREFERÊNCIA - Maskio enfatizou que os comerciantes devem ficar atentos às principais determinantes para o consumo de presentes de Natal. “A arte da venda é entender o que o consumidor deseja, ofertar com qualidade, acompanhado de bom preço e, se possível, com descontos”, disse.

Segundo a PIC, dentre os aspectos mais levados em conta na hora de comprar o presente, destacam-se o desejo (55,5% dos que consideram muito importante), a qualidade (51,9%), o preço (49,9%) e desconto/promoção (49,9%).

“A mãe é a única pessoa que ninguém vai esquecer”, brincou Maskio, sobre o resultado apresentado pela pesquisa. Segundo a PIC, 23% dos entrevistados querem dar presentes para as suas mães, 14,8% para os filhos, 14,2% para os pais, 12,4% para as mulheres e os maridos, 9,1% aos namorados, 7,3% aos irmãos e 3,9% para afilhados.

Com isso, 27,1% pretendem comprar vestuários e calçados para seus entes queridos, 15,2% querem adquirir perfumes e cosméticos e, 8%, vão atrás dos brinquedos.

Os vestuários e calçados também são itens que a maioria quer ganhar (22%), seguidos de perfumes e cosméticos (12,1%) e telefones celulares (9,9%).

A proximidade, a diversidade de produtos e o nível de preços dos pontos de vendas são aspectos mais atrativos aos consumidores. E 50,5% deles preferem adquirir presentes nos shoppings, 25,9% no comércio do centro e 8,7% no comércio de bairro.