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Terceira idade domina a cena do rock internacional e gira milhões

Décadas de dedicação às guitarras trouxeram
grandes fortunas aos antigos rebeldes

Andréa Ciaffone
Do Diário do Grande ABC
14/09/2013 | 07:22
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Houve uma época, mais precisamente em meados do século passado, em que o maior desgosto para um pai era ver o filho envolvido com tipos cabeludos que só pensavam em fazer música. Muitos fizeram grandes loucuras para tirar os filhos desta vida ‘sem futuro’. Guitarras foram despedaçadas, contrabaixos vendidos e baterias desmanteladas sem misericórdia. Tudo para que o filho retomasse o caminho do bem, estudasse e arranjasse um emprego com carteira assinada ou fizesse concurso público.

Décadas depois, a cena musical traz uma série de astros com mais de 60 anos que estão bem longe de se aposentar, mesmo tendo muito mais dinheiro do que boa parte dos terráqueos.

Para se ter uma ideia, Larry Ellison, manda-chuva da fabricante de computadores e sistemas de software Oracle, aos 69 anos, é considerado o executivo mais bem pago do mundo. Ele recebeu o equivalente a R$ 215 milhões (US$ 94,6 milhões) no ano passado. Enquanto isso, o ex-Beatle Paul McCartney, aos 71, arrecadou R$ 295 milhões (US$ 130 milhões) com apenas 30 shows ao longo dos últimos 12 meses. O valor equivale a 435 mil salários-mínimos.

Parceiro de John Lennon em algumas das canções de maior sucesso dos Beatles, o ex-jovem de Liverpool é considerado pelo Guinness World of Records como o compositor de maior sucesso comercial na história da música. Hoje, Sir Paul McCartney é dono de uma fortuna de R$ 2,2 bilhões (680 milhões de libras esterlinas). Mesmo com tudo isso no banco, ele nem pensa em se aposentar e continua na estrada. Se fosse, por exemplo, funcionário público no Brasil, já teria sido aposentado compulsoriamente no ano passado.

Um dos mais pungentes símbolos de que a idade está na cabeça de quem vê é Mick Jagger, 69, que forma o Rolling Stones com Keith Richards, 68; Charlie Watts, 71, e Ronnie Wood, 65. A idade média dos quatro integrantes vivos do Rolling Stones é de cerca de dois anos a mais do que a dos nove juízes do Supremo Tribunal dos Estados Unidos. Com penas dois shows feitos no Canadá, neste ano, eles arrecadaram cerca de R$ 25 milhões, empatando com Beyoncé, uma das cantoras pop mais quentes do momento.

LINE UP - Em dias de Rock in Rio, vale notar que várias das atrações que vão brilhar nos principais palcos do evento já têm idade para receber o benefício do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Entre os brasileiros, já podem pedir aposentadoria por idade, Ivan Lins, que tem 71 verões, e Moraes Moreira, 66 carnavais. Já Zé Ramalho, 63, e Pepeu Gomes, 61, já podem comprar ingresso de cinema e, inclusive do festival de música, caso fossem pobres mortais, pagando meia-entrada.

Entre as atrações internacionais, George Benson é a que tem história mais longa, 70 anos. Bruce Sprigsteen, uma das principais atrações do evento, tem 63 anos e vem arrebatando multidões com seu show, sem pensar em ‘pendurar a guitarra’. Neste ano, quatro dos seus shows estiveram entre as 20 maiores bilheterias dos Estados Unidos.

O festival traz ainda alguns músicos que já estão chegando perto da terceira idade: Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden, tem 55 anos. Jon Bon Jovi e Frejat, ainda estão crocantes, mas já têm 51 anos.

Enquanto isso, no Grande ABC, a média da aposentadoria está em R$ 1.404. Sendo que 50% deles se veem obrigados a permanecer ou a voltar para o mercado de trabalho para complementar o mirrado benefício. Tem pai que é cego.
 




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