Economia Titulo Em junho
Micro e pequenas respondem por 90% das contratações em junho

Empresas da região seguem a tendência; falta de qualificação é o que dificulta preencher as vagas

Por Andréa Ciaffone
do Diário do Grande ABC
06/08/2013 | 07:07
Compartilhar notícia
Marina Brandão/DGABC


Responsáveis por 90% dos empregos líquidos – resultado total menos as demissões – gerados em junho, os negócios pequenos, aqueles em que cada funcionário e suas habilidades contam muito, lideraram as contratações. Dos 123.836 postos de trabalho criados no sexto mês do ano, as firmas que faturam menos de R$ 16 milhões por ano assinaram carteira de 111.033 pessoas – aumento de 39% em relação a maio. A maior concentração foi no setor de serviços, que abriu 42 mil novas vagas. As médias e grandes empresas empregaram 11.555, e a administração pública, 1.248.

Os dados foram divulgados ontem pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Para o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto, esses números reforçam uma tendência. “Há muitos anos, os pequenos negócios têm comprovado sua importância na manutenção e impulso da economia brasileira. Tenho certeza de que as micro e pequenas empresas continuarão a sustentar a geração de empregos no País nos próximos meses”, afirma.

COISA NOSSA - Em junho, a região Sudeste foi responsável por cerca de 65 mil novas vagas, o que representa 58,54% do total de empregos gerados pelos pequenos negócios. Para a consultora jurídica do Escritório Regional Grande ABC do Sebrae, Cíntia Bertão, a região está alinhada com a tendência nacional.

“A partir do que ouvimos aqui nos grupos de trabalho e também nas consultas individuais, identificamos que existe grande necessidade de mão de obra. Muitos empresários nos dizem que o que limita a criação de mais vagas é a falta de profissionais já experientes para contratar”, diz Cíntia. “Isso ocorre porque um funcionário que ainda precisa ser treinado exige atenção especial da empresa e dos colegas. Não dá para esperar dele a mesma produtividade”, analisa.

DOIS DÍGITOS - Ainda na categoria de pequena empresa, a confecção Adriana Rufato é um exemplo do potencial dos pequenos negócios de gerar empregos. “No último ano saltamos de 18 funcionários para 45”, diz o dono da empresa, Claudemir Rufato. “Só não contratamos mais porque é muito difícil encontrar gente qualificada”, acrescenta o empresário que confecciona camisetas personalizadas há 26 anos em São Bernardo e atua nos três ramos: indústria, comércio e serviços. Recentemente, a marca passou a comercializar pela internet de forma personalizada.

“Quanto menor o negócio, maior é o impacto que uma contratação gera. Quando não se consegue contratar, a gente perde a oportunidades de crescimento”, analisa Rufato que, desde que resolveu trocar a técnica de silk-screen por uma máquina de tecnologia moderna de impressão digital em tecido, obteve rápida evolução do seu negócio.

“A expectativa para 2013 é alcançar os 12% de aumento no faturamento ocorrido em 2012, que foi ligeiramente menor do que os 15% registrados em 2011”, revela o empreendedor que vem crescendo continuamente desde 2005. Boa parte dos funcionários contratados nos últimos meses veio da indústria.

“O fato é que as pessoas estão contratando serviços especializados para suprir suas necessidades e, o que antes poderia ser considerado luxo – como comer fora, mandar roupas para a lavanderia ou dar banho no cachorro em pet shop –, já foi absorvido pelas pessoas como parte do seu estilo de vida”, observa Cíntia. “Todas essas atividades exigem o uso intensivo de mão de obra. Como a relação entre o empresário e sua clientela se dá em bases pessoais, não pode haver erros e por isso o funcionário qualificado é tão valorizado”, explica Cíntia. Segundo ela, aqui na região, as maiores carências estão no ramo de confecções e restaurantes.
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;