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Metade dos homens não fez exame de próstata

Diagnóstico ajuda a detectar câncer, segundo tumor mais comum entre os homens no País

Por Thaís Moraes
Do Diário do Grande ABC
04/08/2013 | 07:00
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Pesquisa realizada pela SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) revela um dado preocupante em relação à saúde masculina: 47% dos brasileiros nunca realizaram exame para detectar câncer de próstata, segundo tumor mais comum no Brasil, perdendo apenas para o câncer de pele não-melanoma.

O estudo, desenvolvido em parceria com o laboratório farmacêutico Bayer, entrevistou 5.000 homens com faixas etárias variadas nas capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Recife para avaliar o conhecimento masculino sobre a própria saúde, principalmente após a idade adulta.

“O câncer de próstata é totalmente silencioso e assintomático, o paciente não tem nenhuma queixa. Não adianta esperar por sintomas porque poderá ser tarde”, alerta o urologista e diretor da SBU Pedro Cortado.

A próstata é uma glândula exclusivamente masculina e está localizada logo abaixo da bexiga e à frente do reto. Sua função é produzir parte do sêmen, líquido que contém os espermatozóides e é liberado durante a ejaculação. De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), este tipo de tumor é o sexto mais comum no mundo e o de maior incidência nos homens, representando 10% do total.

Por ser considerada uma doença de terceira idade, já que aproximadamente 75% dos casos no mundo ocorrem depois dos 65 anos, é fundamental que os homens a partir dos 50 realizem o exame anualmente. Aqueles que possuem histórico desse tipo de câncer na família já devem procurar o urologista aos 45 anos. “Existem homens que rejeitam fazer o exame de toque por conta do constrangimento, uma questão de machismo. Isso é uma grande bobagem, pois a duração do procedimento é de apenas alguns segundos”, destaca o professor auxiliar da disciplina de Urologia e coordenador do curso de pós-graduação em Sexologia da Faculdade de Medicina do ABC, Roberto Vaz Juliano.

O servidor público Eduardo Araújo, 51 anos, encara o exame de próstata como outro qualquer. “Fiz três vezes e é um procedimento bem tranquilo. Acho que para o homem é um problema porque é invasivo, mas não é doloroso e nem vergonhoso. A masculinidade está mais no pensamento do que em qualquer outra parte”, comenta.

Além do toque retal, exame de sangue específico também pode ajudar a diagnosticar o câncer de próstata. Chamado de PSA (sigla em português para Antígeno Prostático Específico), o teste procura no sangue determinada proteína produzida exclusivamente pela glândula. É comum encontrar PSA no sangue, mas taxas elevadas indicam que o problema deve ser investigado.

           

SINTOMAS

Embora muitos pacientes não apresentem nenhum sintoma, tumores em estágios avançados podem provocar dificuldade de urinar, sensação de não conseguir esvaziar a bexiga, presença de sangue na urina e até dor óssea, principalmente na região das costas.

 

Pais devem levar filhos ao urologista ainda na infância

Outra informação apontada pela pesquisa é o fato de que 44% dos entrevistados nunca se consultaram com um urologista. O dado é alarmante, já que é a especialidade que mais atende às necessidades do homem, desde o nascimento até a terceira idade.

“Acho que seria muito bom se as mães levassem os filhos a esse especialista pelo menos uma vez antes de completar um ano, além de outra vez durante a infância e, depois, na adolescência, para discutir sexualidade”, analisa o professor auxiliar da disciplina de Urologia e coordenador do curso de pós-graduação em Sexologia da Faculdade de Medicina do ABC, Roberto Vaz Juliano.

De acordo com o diretor da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) Pedro Cortado, os números são reflexo da forma como os homens são criados. “O problema todo é que não existe cultura de o homem procurar o médico de maneira preventiva. Infelizmente, ele aguarda ter algum tipo de sintoma e só aí procura atendimento. Já a mulher sempre foi ensinada a procurar ajuda profissional desde o início da vida”, compara.

Já na idade adulta, as consultas devem ser permanentes porque não são só as mulheres que sofrem com a chegada da meia idade. A andropausa, conhecida como ‘menopausa masculina’, é caracterizada pela queda no nível de hormônio masculino, a testosterona. O assunto não é muito conhecido pelos homens, já que 63% dos entrevistados não sabiam sobre a existência do problema e 51% nunca fizeram exames para aferir os níveis de testosterona no sangue.

Vários sintomas podem caracterizar a andropausa, como queda de resistência física, redução de massa muscular, falta de atenção, depressão e diminuição do desejo sexual. “Corrigindo os níveis hormonais, o homem volta a ter uma vida normal”, esclarece Cortado. Geralmente, os sintomas da andropausa surgem quando a pessoa tem idade entre 40 e 55 anos. 




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